CRISE NA CASA BRANCA - Caos em Washington, festa em Moscou

Casa Branca parece seguir de uma crise para outra (Foto:)

Há pouco mais de 100 dias na presidência dos EUA, Donald Trump levou a Casa Branca e o Partido Republicano a uma crise que ameaça a política do país.

Parlamentares do Partido Republicano já estavam insatisfeitos com a decisão de Trump de demitir o diretor do FBI, James B. Comey, que liderava as investigações sobre interferência da Rússia nas eleições do ano passado. Porém, as ameaças a Comey feitas por Trump na semana passada foram recebidas como a gota d’água por membros do partido, que agora tentam descolar sua imagem do presidente. Na semana passada, em sua conta no Twitter, Trump alertou Comey para não vazar informações negativas sobre ele. Vários membros do partido, incluindo os de alto escalão, criticaram publicamente a demissão e expressaram perplexidade diante das ameaças.

Cada vez mais apreensivos diante da volatilidade e da impopularidade de Trump, os republicanos passaram a traçar sua própria agenda política. Atualmente, eles trabalham na criação de um projeto de lei para a Saúde que tem pouca contribuição da Casa Branca.

O temperamento de Trump parecer levar a Casa Branca de uma crise a outra, o que, segundo o republicano Kevin Madden, torna difícil fazer com que o país avance. “Todo trabalho que envolve realizar as coisas é bastante difícil até mesmo no cenário mais tranqüilo possível em Washington. Mas distrações como essas podem se tornar em um sério obstáculo para conciliar os interesses do Congresso”, disse Madden, em entrevista ao New York Times.

A opinião é corroborada pela senadora republicana Susan Collins. “Parece que todo dia temos uma turbulência em Washington que muda o foco do assunto”, disse Collins, ao “NYT”.

Em um sinal de retirada de apoio, os republicanos pretendem votar contra propostas do presidente, entre elas, a que prevê o reconhecimento da anexação da Crimeia pela Rússia, a construção de um muro na fronteira com o México e a retirada dos EUA do Nafta.

Eles também pretendem ir contra a proposta de revisão do orçamento de Trump, que inclui a quase eliminação dos fundos para o departamento nacional de controle de drogas, algo considerado controverso de se fazer em pleno momento em que os EUA vivem uma epidemia de uso de opioides.

Segundo o jornal Washington Post, o caos em Washington é recebido com satisfação pela Rússia. Citando relatórios de agências de inteligência divulgados este ano, o jornal afirma que a instabilidade no governo americano era um dos objetivos visados pela Rússia ao interferir nas eleições para ajudar Trump a chegar ao poder.

Segundo analistas, a demissão de Comey também alimenta os interesses de Moscou, pois foi considerada como um atentado contra a independência do FBI. “No geral, eles estão bem satisfeitos pois é mais um sinal de que o nosso sistema político está em crise”, disse Eugene Rumer, ex-membro do Departamento de Estado dos EUA para assuntos relacionados a Rússia.

James R. Clapper Jr., ex-diretor de inteligência da Casa Branca ofereceu uma visão similar a de Rumer na semana passada. “Os russos devem estar celebrando o sucesso do que eles orquestraram com despesa mínima de recursos”, disse Clapper a jornalistas.

Na semana passada, em sua conta no Twitter, Trump também disse que a Rússia deve estar celebrando o caos gerado com a demissão de Comey. No entanto, na visão do presidente, por culpa dos democratas que usam a intervenção russa como “desculpa” para derrota nas eleições. “A Rússia deve estar rindo enquanto assiste os EUA se despedaçar diante de uma desculpa usada por democratas por ter pedido as eleições”, escreveu Trump.The New York Times

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