EQUÍVOCOS POLÍTICOS

Trump não é capaz de salvar a economia dos EUA, diz ‘Economist’

Segundo a revista, Trump não oferece um remédio eficaz para a economia (Foto: Gage Skidmore/Flickr)

A política econômica de Donald Trump não será capaz de fazer dos EUA um país grandioso novamente. É o que diz um artigo publicado pela revista Economist, na última quinta-feira, 11.

“Donald Trump governa Washington como se fosse um rei e a Casa Branca fosse sua corte. […] A quantidade de problemas que isso pode causar ficou clara esta semana, com a demissão de James Comey – diretor do FBI”, diz o texto.

A revista diz que tão perigoso quanto o temperamento instável de Trump são seus planos para a economia americana. Segundo a revista, a meta de Trump é aumentar o crescimento dos EUA para garantir que mais americanos tenham empregos bem pagos. Porém, ela alerta que os meios usados por Trump para isso são equivocados.

“Na cabeça de Trump o caminho mais importante para melhores empregos e maior crescimento é através de acordos comerciais mais justos. O comércio é justo quando o fluxo é balanceado. As empresas devem ser recompensadas por investir no país e punidas por investir no exterior”, diz o texto.

A revista também cita outras políticas de Trump, como o corte de taxas e a desregulamentação, que segundo o presidente, vão encorajar investimentos. Taxas brandas e menos regulamentações instigarão empresários, levando a um crescimento mais veloz e melhores empregos. Porém, segundo a revista, as ações de Trump não representam uma política econômica.

“Aparentam mais ser uma gama de propostas reunidas por empresários amigos do rei. Trump escutou vários membros do executivo, mas há poucos economistas na Casa Branca. A abordagem econômica de Trump provém da ideia de que acordos têm vencedores e perdedores e negociadores inaptos confundem princípios abstratos”, diz a revista.

No entanto, o texto diz que, ao contrário do que afirma Trump, os acordos comerciais fechados pelos EUA não prejudicaram sistematicamente o país. “Outro problema é que a política econômica de Trump traça uma visão míope da economia americana. Trump e seus conselheiros são obcecados com os efeitos do comércio exterior nos empregos manufatureiros, mesmo esses cargos representando apenas 8,5% dos postos de trabalho americanos e responder por apenas 12% do PIB do país. […] Isso cega a política econômica de Trump para o principal problema atual da economia: a turbulência criada pelas novas tecnologias”, diz o texto.

A revista afirma ser o setor de tecnologia, não o comércio exterior, o que está devastando o setor de varejo americano, “uma área que emprega mais pessoas que a manufatura”. Segundo o texto, isso será agravado pelo nacionalismo, que irá acelerar a automação. “As empresas que não conseguirem terceirizar serviços no México, continuarão competitivas investindo em máquinas em casa. A produtividade e o lucro podem subir, mas isso pode não ajudar o trabalhador de fábrica menos qualificado que Trump diz ser sua prioridade”, diz o artigo.

O texto finaliza chamando a política econômica de Trump de “receita pobre para a prosperidade em longo prazo”, que vai “tornar os EUA mais endividado e desigual”. “Mesmo que produza um curto período de crescimento, a política econômica de Trump não oferece um remédio eficaz para os males da economia americana. Pode ainda pavimentar o caminho para algo pior”.

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