DEPOIMENTO À PF- Funaro admite à PF que operou caixa 2 do PMDB

Funaro negocia um acordo de delação premiada com o MPF (Foto: EBC)

Em seu segundo depoimento à Polícia Federal (PF), em Brasília, o doleiro Lúcio Funaro admitiu ter movimentado recursos de caixa 2 do PMDB e disse que o presidente Michel Temer tinha conhecimento das doações ilícitas no período que foi presidente do partido, entre 2001 e 2016.

Segundo Funaro, Temer sabia detalhes dos financiamentos ilegais de campanha para o partido. Além disso, Funaro também revelou como funcionava o esquema de nomeações a cargos públicos articulado pelo PMDB e associadas a desvios de recursos. Em nota, a assessoria do presidente negou que ele tenha tido conhecimento sobre esses financiamentos ilícitos e afirmou que Temer só sabia das doações legais ao partido.

Entretanto, o doleiro teria negado no depoimento à PF que ele ou seus familiares tenham recebido recursos da J&F, controladora da JBS, para se manter calado. Ele afirma que o dinheiro recebido dos irmãos Wesley e Joesley Batista, donos da JBS, eram referentes a três contratos legais de prestação de serviços em operações de mercado – incluindo os R$ 400 mil reais em dinheiro vivo recebidos por sua irmã, Roberta Funaro, que chegou a ser presa pela PF.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta, a partir de uma gravação feita por Joesley Batista, que Temer deu aval para que o empresário comprasse o silêncio de Funaro e do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Apontado como aliado de Cunha em esquemas de corrupção, Funaro está preso desde 1 de julho de 2016. Réu na Operação Lava Jato, ele é acusado de operar um esquema de corrupção que cobrava propina de empresas interessadas em obter empréstimos do FI-FGTS (Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).

Segundo o jornal Globo, Funaro estaria negociando um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal (MPF) e a PGR. Caso seja firmada, o operador promete detalhar os desvios praticados pelo PMDB na Câmara, atualmente liderada por Temer.

Possível delação deixa Temer em situação complicada

No depoimento, Funaro voltou a dizer que o ex-ministro e aliado de Temer, Geddel Vieira Lima, consultou o operador mais de uma vez sobre se faria delação ou não. Com isso, ganha força a tese de que uma delação de Funaro colocaria o presidente em uma situação complicada.

Além disso, aliados de Temer também se preocupam com a possibilidade de Cunha também fazer um acordo de delação. No entanto, o deputado cassado teme que sua situação se agrave e está avaliando os próximos passos.O GLOBO

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