NOVA POLÊMICA - Temer usou Abin para investigar Fachin, diz revista

Em nota, Palácio do Planalto desmentiu a informação (Fonte: Reprodução/Flickr/Veja)

Uma reportagem da revista Veja afirma que o presidente Michel Temer utilizou a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar o ministro Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em nota, o Palácio do Planalto desmentiu a informação, ressaltando que “o presidente Michel Temer jamais ‘acionou’ a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar a vida do Ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin, como publicado hoje [sexta, 9] pelo site da revista Veja. O governo não usa a máquina pública contra os cidadãos brasileiros, muito menos fará qualquer tipo de ação que não respeite aos estritos ditames da lei”.

Também em nota, a ministra do STF, Cármen Lúcia, afirmou neste sábado, 10, que a possível “devassa” contra Fachin é “própria de ditaduras”, e que o Supremo repudia, com veemência, “espreita espúria, inconstitucional e imoral contra qualquer cidadão e, mais ainda, contra um de seus integrantes, mais ainda se voltada para constranger a Justiça”.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse também neste sábado que “a se confirmar tal atentado aos Poderes da República e ao Estado Democrático de Direito, ter-se-ia mais um infeliz episódio da grave crise de representatividade pela qual passa o país. Em vez de fortalecer a democracia com iniciativas condizentes com os anseios dos brasileiros, adotam-se práticas de um Estado de exceção”.

A revista Veja afirma que “o governo acionou a Agência Brasileira de Inteligência, a Abin, para bisbilhotar a vida do ministro com o objetivo de encontrar qualquer detalhe que possa fragilizar sua posição de relator da Lava Jato”, e ainda que “outro alvo de sua artilharia é o procurador-geral, Rodrigo Janot” e que “a ideia é desqualificar suas ações, explorando eventuais erros e abusos e classificando seus movimentos como perseguição política”.

Ainda segundo a revista, a investigação da Abin já teria encontrado indícios de que o ministro Edson Fachin voou no jatinho da JBS em meados de 2015. Fachin teria viajado a Brasília para um jantar sigiloso com Renan Calheiros quando estava em campanha para conseguir apoio entre os senadores para ser indicado ao Supremo. O contato, ainda segundo a Veja, teria sido intermediado por Ricardo Saud, então diretor da JBS e atualmente um dos delatores da Lava Jato.

A Associação de Juízes Federais, a Ajufe, também divulgou nota neste sábado manifestando “absoluta repulsa a tentativas de obstrução da Justiça e de enfraquecimento do Poder Judiciário”.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) disse que, se confirmada a denúncia da Veja, o Brasil estará diante de um “ataque” ao “Estado Democrático de Direito”. A OAB ressaltou também que não se pode aceitar que o Supremo seja “vítima de arapongagem política”.G1

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