VOLTANDO ATRÁS - Temer deve manter ministros denunciados

Há a expectativa de que Temer seja denunciado nos próximos dias pela PGR (Fonte: Reprodução/Agência Brasil)

O presidente Michel Temer recuou e agora pretende manter no governo os ministros que forem alvos de denúncia. A informação é do jornal Folha de S. Paulo.

A reportagem destaca a expectativa de o próprio presidente ser denunciado nós próximos dias pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes citados nas delações da JBS.

Em fevereiro, Temer havia afirmado que os ministros que fossem denunciados na Operação Lava Jato seriam afastados temporariamente. Já os que se tornassem réus seriam afastados de forma definitiva.

A posição de que o presidente não deverá afastar os ministros denunciados vem ganhando força no Palácio do Planalto. A Folha ressalta que o próprio Temer adotou o discurso de que a PGR age politicamente ao investigar os relatos de executivos e ex-executivos da JBS.

Desde as delações da JBS, que incluíram acusações contra Temer, o presidente e seus aliados vêm afirmando que o PGR, Rodrigo Janot, atua para “desestabilizar o governo”.

A equipe de Temer entende, desta forma, que o presidente deverá preservar seus ministros e até mesmo defendê-los das acusações, em uma tentativa de garantir sua própria proteção contra as investidas da PGR.

A abertura de um processo contra um presidente da República no STF precisa da aprovação de dois terços da Câmara dos Deputados. O recuo na regra de afastar ministros denunciados poderia, portanto, garantir apoio a Temer.

Ainda segundo a Folha, a expectativa do Planalto é de que Rodrigo Janot acelere nos próximos meses o ritmo de apresentação de denúncias contra ministros e chefes da Câmara e do Senado citados nas delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht.

Em maio, a Folha questionou Temer sobre a possibilidade de o presidente deixar o cargo caso fosse denunciado pelo PGR. Na ocasião, Temer disse: “Sou chefe do Executivo. Os ministros são agentes do Executivo, de modo que a linha de corte que eu estabeleci para os ministros, por evidente, não será a linha de corte para o presidente”.Folha