AUSTRÁLIA SOCIEDADE

Mais da metade dos universitários na Austrália sofreu assédio sexual em 2016

Uma instalação no Rio de Janeiro (Brasil) representando vítimas de abuso sexual. EFE/Sebastiao Moreira

Mais da metade dos estudantes de universidades da Austrália sofreram algum tipo de assédio sexual pelo menos em uma ocasião durante o ano passado, informou nesta terça-feira a Comissão Australiana de Direitos Humanos.

De acordo com um relatório de âmbito nacional baseado em 30 mil entrevistas e publicado pela primeira vez pelo órgão, 51% dos universitários na Austrália foram alvo de assédio sexual durante 2016.

Destes, 21% sofreram assédio em um "ambiente universitário", o que inclui os campi, atividades organizadas dentro e fora dos campi e em trabalhos dentro dessas instituições.

O documento também afirma que cerca de 2.100 estudantes, 6,9% do total, sofreram alguma agressão sexual pelo menos uma vez em 2015 ou 2016.

"Hoje, pela primeira vez, temos estatisticamente dados nacionais significativos sobre a prevalência e a natureza deste problema nas universidades da Austrália", disse a comissária de Discriminação Sexual, Kate Jenkins, ao apresentar o relatório.

O estudo definiu assédio como "qualquer conduta não desejada de natureza sexual" e determinou que os casos mais frequentes foram olhares (14%) e comentários ou brincadeiras (11%).

A pesquisa também assinalou que os estudantes transgênero e de gênero diverso são mais propensos a ataques que os heterossexuais, e que as mulheres são mais vulneráveis que os homens.

O documento indica, de forma "alarmante", que os homens foram geralmente os que cometeram assédio e que um grande número de vítimas não notifica às autoridades de seus centros universitários sobre esses incidentes.

"Um número significativo de estudantes que foram assediados e agredidos sexualmente conhecia o agressor, que geralmente era um colega de universidade", diz o relatório.

No caso de estudantes de pós-graduação, o assédio e as agressões foram cometidos em muitos casos por professores e orientadores, acrescentou o estudo.

A comissão incluiu no relatório nove recomendações para obter maior compromisso dos líderes universitários, melhorar a resposta institucional às denúncias e envolver órgãos independentes para revisar essas denúncias.

O Universidades da Austrália, órgão que representa o setor universitário do país, se comprometeu a adotar um plano de dez medidas, entre elas a criação de uma linha direta de apoio de 24 horas operada pelo serviço público contra a violência sexual e doméstica.

"Enviamos hoje uma mensagem clara de que esses comportamentos não são aceitáveis. Nem em nossos campi, nem na sociedade australiana", disse a presidente do Universidades da Austrália, Margaret Gardner.

O ministro da Educação, Simon Birmingham, solicitou a todas as universidades uma resposta ao relatório e às recomendações dadas pela Comissão, indicou seu gabinete em um comunicado.EFE

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