FURNAS - PF isenta Aécio Neves no caso de Furnas

Delegado da PF afirma que não é possível comprovar que o parlamentar recebeu propina de contratos da estatal (Foto: Agência Senado)

Em relatório enviado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o delegado Álex Levi de Rezende, da Polícia Federal (PF), isentou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) no caso Furnas. No relatório, o delegado afirma que não é possível comprovar que o parlamentar recebeu propina de contratos da estatal.

“A partir do conteúdo das oitivas realizadas e nas demais provas carreadas para os autos, cumpre dizer que não é possível atestar que Aécio Neves da Cunha realizou as condutas criminosas que lhe são imputadas”, diz o texto do relatório da PF. A defesa do senador pede o arquivamento do inquérito.

O inquérito de Furnas investigava um suposto esquema de propinas na estatal e Aécio vinha sendo investigado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com base em três delações premiadas. No entanto, o delegado explica que dois delatores que citaram Aécio, o doleiro Alberto Yousseff e o senador cassado Delcídio do Amaral, relataram apenas ter “ouvido dizer” sobre a suposta participação do senador no esquema, e que seus relatos “não foram embasados com nenhum outro elemento de colaboração”.

Segundo Álex, o depoimento de Yousseff sobre o senador não pode ser confirmado porque ele disse que soube da suposta influência de Aécio em Furnas por meio de duas pessoas que já estão mortas, o ex-deputado José Janene e Airton Daré, ex-presidente da empresa Bauruense. Em relação a Delcídio, o delegado informou que seu relato foi baseado em uma conversa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negou as afirmações atribuídas a ele pelo senador cassado.

O relatório da PF cita ainda o lobista Fernando Moura como o terceiro delator do tucano. Entretanto, o delegado destaca que é preciso avaliar seu depoimento com cautela, “por se tratar de pessoa que já foi desacreditada pela Justiça, e teve seu acordo de colaboração premiada revogado por ter mentido em juízo”.

Álex afirma que, embora a investigação tenha confirmado “inúmeras ilegalidades” na estatal durante a gestão de Dimas Fabiano Toledo, os fatos narrados pelos delatores ocorreram há mais de 14 anos e por isso não foi possível encontrar outras provas que evidenciem a relação dessas ilegalidades e o “recebimento de propinas por dirigentes do PP, do PSDB ou do PT”.

O relatório foi encaminhado para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que se posicionará a favor ou contra o prosseguimento da investigação.

Depoimento de Lula ajudou Aécio

A decisão de isentar Aécio no inquérito de Furnas contou com a ajuda inesperada de um dos seus principais rivais políticos: o ex-presidente Lula. Em depoimento à PF no último dia 28, o petista declarou que o tucano, na época governador de Minas Gerais, “não pediu nenhum cargo em nenhum de seus mandatos (2003-2010)”.

O ex-presidente afirma “que não acredita que Aécio Neves possa ter pedido qualquer cargo a algum de seus ministros em seus governos, e se pediram nunca deram ciência ao declarante sobre este pleito”. A afirmação teve um peso importante na decisão de Álex.Estadão

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