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México não descarta que EUA saiam do Nafta e já busca alternativa

O embaixador do México nos Estados Unidos, Geronimo Gutiérrez, fala sobre a modernização do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). EFE/LG MILLER

O governo do México não descarta que os Estados Unidos deixem o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e já trabalha em uma agenda para diversificar o comércio antes dessa possibilidade se tornar realidade.

"Não é possível descartar que os EUA decidam deixar de ser parte do Nafta. Se isso ocorrer, o tratado continuaria sendo aplicado para o México e o Canadá, enquanto que aos EUA seriam aplicadas as normas da Organização Mundial do Comércio (OMC)", disse a Secretaria de Economia do México em um relatório publicado no Senado.

O governo defende que o México deve se preparar para uma possível saída dos EUA do tratado, que começará a ser renegociado a partir do próximo dia 16 de agosto, em Washington.

Por esse motivo, a Secretaria de Economia afirma que, além de "modernizar" o Nafta, é preciso que o país também atualize o acordo comercial com a União Europeia, consolide a Aliança do Pacífico e aprofunde os acordos de cooperação e integração com a região Ásia-Pacífico através do Tratado Transpacífico (TPP) com os 11 países ainda participantes das negociações.

O documento da Secretaria de Economia apresentado ao Senado também estabelece a linha de negociação e as prioridades do México nas discussões que serão feitas sobre o Nafta.

Entre elas, destaque para o fato de que o país afirma que não aceitará a reimposição de tarifas, cotas ou outros mecanismos que restrinjam as exportações mexicanas aos EUA.

Dessa forma, o México mostra que está disposto a negociar a incorporação de novos setores no acordo e que não estavam presentes nas discussões iniciais do Nafta, que entrou em vigor em 1994.

O documento também esclarece que as negociações serão sempre realizadas em conjunto pelos três países do bloco.

Outra das prioridades do governo mexicano na modernização do acordo comercial é o fortalecimento da competitividade da América do Norte, mantendo "acesso preferencial" para os bens e serviços do país nos outros membros do Nafta.

Ao contrário dos EUA, o México não tinha antecipado as prioridades nem a linha de negociação que adotaria até o documento apresentado no Senado hoje.

O secretário de Economia do México, Ildefonso Guajardo, anunciou nesta semana que Kenneth Smith Ramos foi nomeado como chefe de negociação para as discussões do Nafta.

México, EUA e Canadá realizarão entre 16 e 20 de agosto em Washington a primeira rodada de negociações para renovar o acordo.Em 2016, o México importou US$ 179,5 bilhões dos EUA e exportou US$ 302,6 bilhões.EFE

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