SAÚDE / PROSTATA

Tratamento experimental contra câncer de próstata reverte dois casos avançados

Um grupo de 80 pacientes recebeu a terapia e está sendo analisado há três anos (Foto: Pixabay)

Um tratamento experimental alemão está trazendo novas esperanças para a luta contra o câncer. Segundo um artigo publicado no Journal of Nuclear Medicine, esta técnica para tumor de próstata reverteu a doença em dois pacientes que já tinham metástases e já haviam feito todas as terapias existentes sem sucesso.

Como a pesquisa ainda está em fase inicial, ela pode levar muito tempo para, de fato, chegar à prática clínica. No entanto, os resultados são animadores.

A terapia 225Actínio-PSMA-617 funciona como uma bomba nas células cancerígenas. Um radioisótopo (substância radioativa) é aplicado no corpo e guiado por exame de imagem (PET-CT). Esse radioisótopo “explode” as células tumorais.

O urologista Miguel Srougi, professor da USP que acompanha a evolução do estudo, explica que as células do câncer de próstata produzem uma proteína chamada PSMA. Uma vez fixada em um anticorpo, esse composto, guiado pelo PET-CT, serve de veículo para levar a substância radioativa até o tumor. Desta forma, os pesquisadores conseguiram transportar um radioisótopo mais potente (actínio 225) até as células cancerosas e destruí-las.

Um grupo de 80 pacientes recebeu a terapia e está sendo analisado há três anos. Segundo os autores, embora os resultados publicados sejam de apenas dois pacientes, há outros casos de respostas “completas e duradouras” que serão publicados futuramente.

Nos casos dos dois pacientes, após três e quatro sessões da terapia experimental, os valores do PSA (exame que detecta níveis aumentados de proteína produzida pela próstata e que aumenta nos casos de câncer) caíram abaixo do limite de detecção (0,1 ng/ml). Antes, os níveis superavam 3.000 ng/ml e 419 ng/ml, respectivamente. Além disso, as metástases, que antes eram claramente visíveis nas imagens radiológicas, desapareceram após a terapia.

O estudo foi publicado dois anos depois do início da análise do primeiro caso. Ambos os pacientes permanecem sendo observados. Antes da terapia, a expectativa de vida era de dois a quatro meses.

Segundo o artigo, o único efeito colateral verificado até o momento foi a xerostomina (boca seca em razão da destruição das glândulas salivares). No entanto, o urologista Miguel Srougi disse que os pesquisadores alemães já relataram, depois do artigo, ter chegado a uma dose ideal de actínio capaz de destruir o tumor sem ser tão tóxica às glândulas salivares.Folha

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