VIOLÊNCIA EM ALTA

Rio é o estado com mais mortes de PMs no país

O segundo colocado é São Paulo, com 22 mortes (Foto: Pixabay)

De janeiro a julho, morreram mais policiais militares no Rio de Janeiro do que em qualquer outro estado brasileiro. Os dados fazem parte de um levantamento do Globo junto às secretarias estaduais de Segurança (apenas o Amazonas não disponibilizou seus números). Neste período, foram 92 policias mortos no estado. A maioria deles não estava em serviço.

Durante estes seis meses, 240 PMs foram assassinados em todo país, logo, o Rio é responsável por 38,8% dos casos. O segundo colocado é São Paulo, com 22 mortes. Para piorar a situação, o efetivo paulista é quase o dobro do fluminense, são 85.247 PMs na ativa, na reserva ou reformados em São Paulo, contra os 45.463 do Rio.

Todos os 13 estados do nordeste e centro-oeste juntos foram responsáveis por 83 mortes de PMs. Em números absolutos, o Rio liderou esse ranking em 2013, 2014 e 2015, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança. Mas o número não para de aumentar.

O professor do departamento de Segurança Pública da UFF, o antropólogo Lenin Pires tem duas hipóteses sobre o motivo das mortes ocorrerem durante as folgas. “Há ameaça quando eles estão se deslocando para o chamado segundo emprego e são identificados como policiais por bandidos. Existe essa retórica de guerra, uma lógica de extermínio entre os agentes e os ‘fora da lei’”, explica o antropólogo.

Além disso, Pires fala sobre a obrigação brasileira do policial ter de intervir mesmo não estando em serviço. “O regulamento da corporação diz que o policial, mesmo não estando em serviço, tem a obrigação de agir diante de uma ocorrência, sob pena de sofrer sanção. E se ele tem que tomar uma atitude, consequentemente, do outro lado haverá uma contra-resposta. E como o agente está em desvantagem, sozinho e sem equipamentos adequados, isso acaba aumentando o seu risco”.

Segundo Pires, nos Estados Unidos e na Inglaterra, por exemplo, os agentes podem escolher não agir, caso acreditem que a situação é arriscada. Neste caso, o agente apenas justifica sua atitude na corporação, sem sofrer nenhuma pena por isso.

O comandante-geral da Polícia Militar, Wolney Dias, também acrescenta o Código de Processo Penal como um dos problemas para o combate à violência. “O nosso Código de Processo Penal está anacrônico. Há uma sensação muito grande de impunidade por parte dos criminosos. Além disso, precisamos combater com inteligência e ações articuladas o tráfico de armas”. Enquanto isso, os números de mortes e vítimas da violência do Rio de Janeiro não param de subir.O Globo

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