BRASIL PROJETO SEPARATISTA

Brexit e Catalunha animam movimentos separatistas no Brasil

Projeto separatista no Brasil sequer chega perto da atuação de catalães (Foto: Facebook)

A saída do Reino Unido da União Europeia e os recentes conflitos de rua ocorridos em Barcelona, exigindo a independência da Catalunha em relação à Espanha, deixaram animados os movimentos separatistas também no Brasil. Em território espanhol, ganha força também a luta pela independência do país Basco – mesmo sem o terrorismo praticado durante os anos em que o grupo separatista ETA atuou fortemente na região, na fronteira com a França. O projeto separatista no Brasil sequer chega perto da atuação de catalães e bascos, mas já é uma realidade.

Em nosso país, três grupos – em São Paulo, em Pernambuco e no Sul – começam a dar os primeiros passos em direção a um movimento que visa a independência da República Federativa. Os grupos se chamam Movimento São Paulo Livre, Grupo de Estudos e Avaliação de Pernambuco Independente e O Sul é Meu País – este último reunindo os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Mesmo atuando isoladamente, os três movimentos separatistas – há outros em Minas Gerais, Bahia e até mesmo no Rio de Janeiro – têm alguma coisa em comum: rejeitam associação com qualquer partido político, negam o rótulo de esquerda ou de direita, pregam o perfil pacífico de seus movimentos e não admitem o viés discriminatório.

Os argumentos de cada grupo

O movimento São Paulo Livre fundamenta seus argumentos no aspecto econômico e põe na vitrine a imagem de um “país” com a mais moderna infraestrutura da América do Sul, com ótimas universidades e indústria de ponta. O grupo demonstra que, em 2016, 44 milhões de paulistas tiveram de dar mais dinheiro para Brasília do que os 75 milhões de brasileiros dos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Paraná, Minas Gerais, Santa Catarina, Espírito Santo, Amazonas, Goiás, Pernambuco, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

No mesmo ano, segundo o grupo, São Paulo recolheu em impostos ao Governo Federal, R$492.803.803.566,50. O estado recebeu de volta R$39.351.094.231,04. Na maquininha, o prejuízo foi de R$185.333.712.048,36. No outro lado da balança, o estado do Maranhão – com um dos piores indicadores do país – pagou à União R$6.930.917.913,66 e recebeu do Governo R$17.468.654.211,92, um lucro de R$10.537.736.298,26.

Inspirado na Revolução Pernambucana, o Grupo de Estudos e Avaliação de Pernambuco Independente prega o conceito de um Estado com mais eficiência e que combata a corrupção na administração pública. O movimento prega ainda mais investimento na saúde e na educação, menos impostos e a reforma do sistema tributário. O grupo sugere ainda a criação de uma moeda própria.

Criado em abril de 1992, o movimento O Sul é Meu País tem cerca de 35 mil militantes. O grupo prega uma consulta popular e pacífica. “Somos adeptos do Estado mínimo. Não do Estado que dá tudo para todo mundo e não se preocupa com o que deve, que é gerar emprego para que as pessoas tenham dinheiro”, afirma o jornalista Celso Deucher, 49 anos, representante do movimento.

O separatismo pelo mundo

Tornar-se independente não é fácil. Em referendo promovido em setembro de 2014, 55% dos escoceses disseram não ao projeto separatista e preferiram permanecer no Reino Unido. O receio de problemas econômicos parece ter falado mais alto do que o espírito nacionalista. Cresce, na Córsega, o ímpeto separatista em relação à França.

Com derramamento de sangue, o Kosovo se declarou independente da Sérvia em 2008. Nem o Governo Sérvio nem a ONU reconheceram a separação.

Grande parte da gigantesca Groenlândia – que distorcida em alguns mapas parece maior que o Brasil – quer a independência em relação à pequena Dinamarca. O território ganhou mais autonomia em 2008, mas quer mais.Claudio Carneiro

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