SÍMBOLO SUÁSTICA

A suástica antes dos nazistas

Símbolo já foi usado por marcas de cerveja e pela Coca-Cola (Foto: Steven Heller)

O símbolo existe há milhares de anos. Na linguagem antiga do sânscrito, seu nome significa “bem-estar”. Mesmo usada por milênios pelos hindus, budistas e jainistas, seu sentido mudou partir da Segunda Guerra Mundial. A suástica, normalmente considerada indiana, foi adotada pelos nazistas e deixou de ser um símbolo da sorte, como era no início do século XX, para se tornar uma lembrança de um episódio terrível da história.

“A Coca-Cola usou. A Carlsberg usou em suas garrafas de cerveja. Os Escoteiros-mirins também adoraram e o Clube de Meninas da América chamava sua revista de Suástica. Eles mandavam até distintivos de suástica para seus leitores como prêmio por vender revistas”, diz Steven Hellen, escritor do livro “The Swastika: Symbol Beyond Redemption?”.

A suástica também foi usada pelos antigos gregos, pelos celtas, pelos anglo-saxões. No Museu Nacional de História da Ucrânia, em Kiev, há um figura pequena de marfim que mostra um pássaro fêmea, feito a partir da presa de um mamute. No peito do pássaro, há um um complexo padrão de suásticas. Este é o padrão de suásticas mais antigo identificado no mundo. Ele foi encontrado em 1908 no assentamento paleolítico de Mezin, e segundo a datação de carbono, tem 15 mil anos. Como o pássaro foi encontrado com uma série de objetos fálicos, acredita-se que era um símbolo de fertilidade.

Os antigos gregos usavam a suástica para decorar seus vasos. No museu também há fragmentos de tecido do século XII. Acredita-se que eles faziam parte do colarinho do vestido de uma princesa eslava. Os tecidos são bordados com cruzes e suásticas douradas.

O exército americano também usou o símbolo durante a Primeira Guerra Mundial. Mas seu uso benigno parou no anos 1930, quando o partido nazista chegou ao poder na Alemanha.

Acadêmicos alemães do século XIX traduziram antigos textos indianos e notaram semelhanças entre o alemão e o sânscrito. Eles, então, concluíram que deviam ter os mesmos ancestrais, uma raça de guerreiros chamada ariana. Logo, grupos nacionalistas antissemitas dentro do movimento começaram a se apropriar da suástica como um símbolo ariano para passar o sentimento de que os alemães pertenciam a uma linhagem antiga.

“Para os judeus, a suástica é sinônimo de medo, de repressão e de extermínio. É algo que nunca poderemos mudar”, diz o sobrevivente do Holocausto Freddie Knoller, de 96 anos, à BBC.

O uso do símbolo pelo nazismo tornou a suástica o emblema mais odiado do século XX, para sempre conectado às atrocidades cometidas no Terceiro Reich. A suástica foi proibida na Alemanha no fim da Segunda Guerra Mundial e o país tentou, sem sucesso, proibi-lo em toda a Europa em 2007.BBC

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