INTERNACIONAL CASAMENTO INFANTIL

Casamento infantil se torna menos comum nos EUA

Em alguns estados, o casamento infantil pode ocorrer com o consentimento dos pais ou aprovação de um juiz (Foto: Pixabay)

As acusações contra o candidato republicano ao Senado, Roy Moore, referentes a assédio sexual causaram polêmica nos Estados Unidos. A mulher alega que o contato sexual começou quando ela tinha 14 anos e ele, 32. No entanto, legalmente, Roy Moore poderia ter se casado com a vítima, na época adolescente, caso quisesse. Na época que a mulher tinha 14 anos, essa era a idade mínima para se casar no Alabama, hoje em dia é 16. Apesar de o casamento infantil ter se tornado menos comum nos Estados Unidos, a prática ainda acontece em alguns estados.

Em alguns estados americanos, o casamento infantil pode ocorrer com o consentimento dos pais ou aprovação de um juiz. Os Estados Unidos sempre permitiram o casamento infantil, mas isso acontece mais em comunidades religiosas conservadoras e em áreas rurais. Mas assim como no resto do mundo, a prática vem se tornado menos comum. Enquanto 23.500 menores se casaram em 2000, em 2010 o número caiu para 9 mil, refletindo mudanças nas normas sociais e maior taxa de meninas matriculadas nas escolas.

Nos últimos anos, os estados de Virgínia, Texas e Nova York apresentaram leis para restringir o casamento a adultos. Connecticut, por sua vez, proibiu o casamento antes dos 16. Em outros 11 estados, a restrição para casamentos infantis está em processo. Seis deles (Arizona, Flórida, Maryland, Massachusetts, New Jersey e Pensilvânia) estão considerando uma lei que proíba o casamento de menores de 18, sem exceções.

Segundo uma investigação do programa televisivo Frontline, entre 2000 e 2015, mais de 207 mil menores se casaram no país. Mais de dois terços tinham 17 anos, mas 985 tinham 14 e dez tinham apenas 12. A Humans Right Watch e outros ativistas querem que a idade seja 18 anos, sem exceções.

Alguns conservadores religiosos alegam que o casamento deveria ser uma escolha sem interferência do estado, que o casamento de menores pode reduzir o número de mães solteiras e que costumes e práticas religiosas devem ser protegidos. A União Americana de Liberdades Civis e o Planejamento Parental já defenderam a prática no passado porque proibi-la poderia interferir no direito de casar.

O governo federal já fez campanha contra o casamento infantil nos países em desenvolvimento. Em 2012, Hillary Clinton, então secretária de estado, viajou por 11 dias em países africanos. Depois de se encontrar com Graça Machel, esposa de Nelson Mandela, que faz campanha contra o casamento infantil, Clinton afirmou o compromisso dos Estados Unidos em terminar com a prática. A África já fez progressos desde a visita de Hillary Clinton. Este ano, o Malaui proibiu o casamento de menores de 18. A Gâmbia e Tânzania fizeram o mesmo em 2016.

Para o bem ou para o mal, países em desenvolvimento, veem os Estados Unidos como referência. Quando Heather Barr da Humans Right Watch foi pesquisar sobre o casamento infantil no Nepal, vários nepaleses perguntaram para ela o motivo pelo qual deveriam abolir o casamento infantil quando nos Estados Unidos é permitido.The Economist

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