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Metodologia do Banco Mundial prejudicou países em ranking de competitividade

Edifício do Banco Mundial em Wahington. Shiny Things/Flickr/Wikimedia Commons/Reprodução

O Banco Mundial mudou a metodologia de cálculo de um de seus principais relatórios de maneira injusta durante vários anos, o que afetou a posição de países como o Chile nos rankings sobre competitividade empresarial da entidade, informou neste sábado o jornal americano "The Wall Street Journal".

O economista-chefe do Banco Mundial, Paul Romer, disse ao "Journal" que corrigirá e recalculará os rankings nacionais de competitividade empresarial dos últimos quatro anos publicanos no relatório "Doing Business".

Romer explicou que as revisões afetarão especialmente o Chile, cuja posição no ranking variou bastante nos últimos anos devido a "motivações políticas" no Banco Mundial.

O economista-chefe disse que as mudanças nas metodologias "penalizaram fortemente" a posição do Chile durante o governo da Michelle Bachelet. As correções "focarão" nesse sentido.

"Quero me desculpar pessoalmente perante ao Chile e qualquer outro países contra o qual tenhamos transmitido a impressão equivocada", disse Romer, que considerou que os problemas do relatório são "culpa" dele.

"Não fizemos as coisas suficientemente claras", disse Romer.

O BM está começando o processo de correção dos relatórios e voltando a publicar nos rankings corrigidos.

O Chile caiu da 25ª para a 57ª posição de 2006, um período que se alternaram no poder Michelle Bachelet e Sebastián Pinera no governo. Enquanto com o Bachelet a posição caiu repetidamente no ranking, por outro lado, subiu com Piñera.

Segundo uma análise preliminar de Romer, durante os quatro últimos anos, a queda do Chile na lista ocorreu por causa de "novas métricas" utilizadas para calcular o índice e não a mudanças no entorno econômico do país.

"Com base nas coisas que medíamos antes, as condições econômicas não pioraram no Chile no governo Bachelet. Me dei conta mais tarde que não confiava na integridade dos dados do relatório", disse.

O relatório "Doing Business" classifica os países utilizando métricas como o número de dias necessários para abrir uma empresa nos países ou os custos para obter uma permissão de construção. O Banco Mundial atualiza a metodologia durante o tempo.

Durante o governo de Bachelet, os novos componentes do cálculo causaram bastante impacto no Chile. O país caiu do 33º lugar no índice de facilidade para pagar impostos em 2015 para a 120ª posição no ano seguinte. A queda ocorreu por causa de uma nova métrica para calcular o tempo que as empresas gastam para quitar os tributos.

Romer assumiu o posto no Banco Mundial em outubro de 2016, e as mudanças nos relatórios ocorreram antes de ele chegar ao cargo. Desde então, ele questionou outros funcionários sobre a clareza e a concisão dos relatórios, destaca o "Journal".EFE

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