SAÚDE FRANÇA

França luta contra a obesidade

O crescente apetite por alimentos processados e sedentarismo são os principais problemas (Foto: Flickr)

A França tem apenas alguns heróis acima do peso, sejam eles reais ou imaginários. Há a figura do rei Louis “o Gordo”, que governou de 1108 a 1137, pacificou barões rebeldes e ganhou várias guerras. Há também o Gargântua, um gigante criado pelo escritor François Rabelais, que tomou o leite de 17.913 vacas por dia. E Gérard Depardieu, atualmente o ator mais conhecido da França, que tem peso suficiente para interpretar Obelix, o guerreiro gaulês de um dos desenhos animados mais conhecido da França.

No entanto, em geral, os franceses não se consideram um povo guloso. Na verdade, eles são mais esbeltos do que a maioria das pessoas que vivem em países ricos: apenas 15,3% dos franceses são obesos, em comparação com uma média da OCDE de 19,5%.

Porém, a taxa de pessoas acima do peso na França aumentou de forma preocupante. Em 1990, 30% dos adultos no país estavam com sobrepeso. Atualmente, este percentual é de 46%. O crescente apetite por alimentos processados ​​e o avanço do sedentarismo estão levando os franceses ao aumento de peso.

Para políticos, isso é um problema. A obesidade leva ao crescimento no número de doenças, como a diabetes, por exemplo, que está aumentando no país. O estado estima que a população com excesso de peso já exige mais atenção da pasta da Saúde, além de gerar outras despesas relacionadas que somam cerca de 20 bilhões de euros por ano.

Para desencorajar o excesso, a França impõe tributos sobre bebidas açucaradas, junk food (comidas ricas em caloria, mas com baixa qualidade nutritiva) nas escolas e tem regras rígidas em relação à rotulagem nutricional.

Ao mesmo tempo, as autoridades querem que as pessoas sejam mais gentis com seus compatriotas que estão acima do peso. Anne Hidalgo, prefeita de Paris, organizou uma conferência no mês passado sobre obesidade, incluindo um desfile de moda com modelos plus size – anteriormente a França já havia realizado vários concursos “Miss Ronde”, com o mesmo foco. O evento foi parcialmente inspirado pelo sucesso do livro “On ne naît pas grosse” (Nós não nascemos gordos, em tradução livre), da professora Gabrielle Deydier, que descreve as humilhações diárias que ela sofre por ser uma pessoa gorda na França, como ser ridicularizada pelo que ela compra na padaria, por exemplo.The Economist

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