BRASIL VIOLÊNCIA

Velório de Marielle Franco é marcado por protestos e homenagens no Rio

EFE/Antonio Lacerda

Milhares de pessoas pediram justiça e clamaram contra a barbárie da violência nesta quinta-feira em uma emocionante homenagem à vereadora e ativista Marielle Franco, do PSOL, assassinada na noite anterior no Centro do Rio de Janeiro.

Os corpos de Marielle e do motorista que a acompanhava, Anderson Pedro Gomes, foram recebidos por uma multidão na Câmara Municipal, no bairro da Cinelândia, com gritos de "Marielle presente" e "Fim da Polícia Militar" no velório.

Um cordão de mulheres negras recebeu os caixões, velados durante horas em cerimônias marcadas pela emoção na Câmara antes de serem encaminhados para cemitérios diferentes.

Marielle Franco havia denunciado excessos de policiais do 41º BPM (Batalhão da Polícia Militar) de Acari dias antes de morrer e se pronunciado abertamente contra a intervenção do Exército na segurança no Rio de Janeiro, que amanhã completará um mês.

"Tentaram calar a sua voz. Quero dizer que hoje o Complexo da Maré com certeza chora, o Rio chora, o Brasil inteiro chora", disse a irmã, Anielle, que afirmou que a vereadora não tinha recebido nenhuma ameaça.

Mulher, negra e nascida na Maré, o maior complexo de favelas do Rio, Marielle foi a quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro nas eleições de 2016.

A socióloga, de 38 anos e com uma filha de 20, participou da roda de conversa "Jovens Negras Movendo as Estruturas" na noite de ontem, no Centro. Poucos quilômetros após deixar o evento de carro, no banco de trás, Marielle foi assassinada a tiros, assim como o motorista. O veículo recebeu nove marcas de bala, três delas atingiram a vereadora.

A assessora de Marielle Franco, que também estava no carro e ficou ferida devido aos estilhaços do vidro, já prestou depoimento. As informações iniciais indicam que o crime tem características de execução.

A notícia da morte provocou uma reação unânime de repúdio, tanto dentro como fora das fronteiras do Brasil. O presidente Michel Temer prometeu que o crime de "extrema covardia" não ficará impune, enquanto o ministro da Justiça, Torquato Jardim, enquadrou o assassinato na onda de violência que sacode Río.

O governo insistiu que manterá o Exército no Rio, enquanto organismos internacionais como Nações Unidas exigiram uma investigação "completa, transparente e independente, de modo que os resultados sejam críveis" sobre as circunstâncias da morte de Marielle Franco.EFE

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