A. LATINA ENERGIA

Agenda política na A.Latina ignora tema das energias limpas, diz pesquisador

EFE/Mike Nelson

As diferentes eleições presidenciais que neste ano serão realizadas em diversos países da América Latina deixam de lado o tema da transição energética durante a corrida eleitoral, alertou nesta segunda-feira um pesquisador mexicano.

"Me preocupa que não se pronunciam sobre as energias limpas", disse Antonio Rodríguez, coordenador da Rede "Soma".

O professor da Universidade Autônoma do Estado de Morelos (México) falou hoje em Madri, durante o seminário "Perspectivas Ibero-Americanas sobre Transição Energética e Mudança Climática", com representantes do Brasil, Reino Unido, Estados Unidos e Espanha.

Segundo o especialista mexicano, a segurança energética de seu país está sendo ameaçada, já que depende basicamente dos recursos de petróleo, cuja produção anual está caindo por baixos investimentos e pela dependência dos Estados Unidos.

Por sua vez, o brasileiro Ruderico Pimentel, analista internacional da Fundação Getulio Vargas, explicou que seu país passa por uma mudança institucional "muito forte na área de energia" porque os atores "mudaram".

"O modelo das hidrelétricas depende do Estado e das grandes construtoras e ambos atores estão muito mal", disse Pimentel.

Este analista lamentou que o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai) esteja "parado" no que diz respeito aos temas energéticos.

Para Alina Averchenkova, pesquisadora do instituto britânico London School of Economics and Political Science, a América Latina passa por uma transição energética.

"O ponto fundamental deste processo é a mudança climática, particularmente na América Latina porque esta é uma das regiões mais vulneráveis do mundo aos efeitos produzidos pelo aquecimento global", afirmou.

Segundo Averchenkova, a região ocupou uma importante liderança nesta tendência sustentada: Em 2012, o México aplicou uma lei de mudança climática, uma estratégia de compromissos climáticos até 2050.

A Lei da Mudança Climática e a Lei de Transição Energética não podem ser mudada por governos individuais senão após uma decisão do Congresso.

Por fim, o diretor-geral para Iberoamérica e Caribe do Ministério das Relações Exteriores e de Cooperação de Espanha, Antonio Pérez-Hernández e Torra, considerou que a região é uma potência energética "emergente e diferente".

"A América Latina tem potenciais recursos tantos naturais quantos institucionais para projetar um modelo equilibrado de transição energética a outros países emergentes e em desenvolvimento", assegurou o diplomata.

Para Pérez-Hernández, a zona apresenta uma boa governança dos recursos energéticos e é capaz de contribuir para uma "segurança energética" ao oferecer um "mix diversificado" com grande importância das energias renováveis e potencial de hidrocarbonetos.

"A América Latina oferece uma oportunidade para a Espanha no plano energético e climático, é mercado e vitrine para as empresas espanholas e diversifica o nosso abastecimento de hidrocarbonetos ", explicou.EFE

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