BRASIL ANTÁRTICA

Falta de recursos dificulta pesquisas na Antártica

O Brasil normalmente envia aproximadamente 200 cientistas para a Antártica entre outubro e fevereiro (Foto: Agência Brasil)

Faltam recursos para que o Brasil continue suas pesquisas na Antártica. O alerta foi feito pela chefe da estação brasileira no continente, Tamara Dantas, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB). As informações são da Agência Câmara Notícia.

Tamara Dantas falou durante a reunião com a Frente Parlamentar de Apoio ao Programa Antártico (Proantar), ocorrida na última quarta-feira, 6, para apresentar o balanço dos trabalhos no continente. Segundo a pesquisadora, a expectativa para a continuidade do trabalho fica sobre o edital de R$ 14 milhões, que deve ser lançado em julho deste ano.

“O edital anterior é de 2013, então todos os recursos já foram esgotados. Existem pesquisas que têm um custo muito alto, um custo de laboratório, um custo de coleta muito alto, então pesquisas podem ser financiadas três, quatro anos com cerca de R$ 1 milhão”, explicou a pesquisadora.

As pesquisas na Antártica são importantes, pois diferentes substâncias usadas no combate de doenças são encontradas no continente. Entre as principais patologias que dependem do trabalho na Antártica estão leishmaniose, tuberculose, malária e alguns tipos de câncer, além do combate ao vírus da dengue e da chikungunya.

Pesquisas na Antártica

O Brasil normalmente envia cerca de 200 cientistas para a Antártica entre os meses de outubro e fevereiro. No continente, os pesquisadores realizam estudos em diferentes áreas, como glaciologia, oceanografia, mineralogia e biologia, na Estação Antártica Comandante Ferraz, instalada em 1984.

A estação, porém, passa por reformas, que devem ser concluídas em março de 2019, devido a um incêndio ocorrido em 2012. Após isso, deve levar mais um ano para estar em pleno funcionamento. Atualmente, o módulo emergencial do Programa Antártico Brasileiro funciona com 66 pessoas e 17 laboratórios.

Para chegar e se manter no local, os cientistas brasileiros contam com o apoio da Marinha, que mantém uma equipe de 16 militares responsáveis pela estação. Os recursos para a pesquisa são do Ministério da Ciência e Tecnologia, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e de emendas parlamentares, enquanto o orçamento de logística é da Marinha.

“Hoje, para mantermos o projeto vivo, precisamos de R$ 38 milhões por ano. A Marinha tem contribuído com quase toda a totalidade do valor, além da Petrobrás e da Força Aérea Brasileira. Mas hoje precisamos de R$ 230 milhões, no mínimo, para um novo navio polar com a capacidade de quebrar gelo”, destacou o almirante Sérgio Guida, secretário da Comissão Interministerial de Recursos do Mar.

Enquanto o Brasil conta com uma estação sendo reformada e passa por dificuldades para se ter um navio polar quebra-gelo, outros países sul-americanos estão mais avançados estruturalmente. A Argentina, por exemplo, conta com quatro estações e quatro navios, enquanto o Chile tem três estações e quatro navios.UnB

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