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Crianças são maioria em casos de estupro

Os adultos registram 32,1% dos casos de estupro (Foto: Pixabay)

Quase 51% dos casos de estupro cometidos em 2016 foram contra crianças menores de 13 anos. Os números são do Atlas da Violência 2018, elaborado em uma parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

A taxa fica ainda maior se forem analisados os números contra menores de idade. Isso porque, enquanto 50,9% dos casos ocorreram com crianças menores de 13 anos, outros 17% foram cometidos contra adolescentes de 14 a 17 anos de idade. O restante, 32,1% dos casos, ocorreram com adultos.

Se abordado o estupro coletivo, o principal alvo também são crianças com menos de 13 anos. Ao todo, 43,7% dos casos registrados ocorreram contra pessoas dessa faixa etária, enquanto 20,1% das ocorrências foram contra adolescentes de 14 e 17 anos. Já contra maiores de idade, o número registrado foi de 36,2% dos casos.

O número, porém, pode ser ainda maior. Isso porque o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 22.918 atendimentos de casos de estupro. Já a polícia, somando os casos em todo o Brasil, levantou um número de 49.497 casos. É sabido, porém, que nem todos os casos de estupro são relatados à polícia, conforme o próprio estudo aponta.

De acordo com a pesquisa, “certamente, as duas bases de informações possuem uma grande subnotificação e não dão conta da dimensão do problema, tendo em vista o tabu engendrado pela ideologia patriarcal, que faz com que as vítimas, em sua grande maioria, não reportem a qualquer autoridade o crime sofrido”.

Nos Estados Unidos, apenas 15% dos casos de estupro são registrados, segundo o Atlas da Violência. Caso a estimativa do Brasil seja algo semelhante, estima-se que ocorram entre 300 mil e 500 mil estupros por ano em todo o país.

Subdivisões de casos

Quando observado o fator raça, 45,3% dos casos ocorrem contra pessoas pardas, segundo o levantamento. Já 34,3% das ocorrências são contra pessoas brancas, 8,7% contra negras, 9,8% contra pessoas que não tiveram a raça informada ou foram ignoradas, 1,2% contra indígenas e 0,7% contra pessoas amarelas.

Se observada a escolaridade entre as vítimas com mais de 18 anos, 28,2% das pessoas tiveram o grau de ensino ignorado, 20,7% tinha o ensino médio completo, 10,8% com pessoas entre a 5ª e 8ª série incompletas, 10,5% com o ensino médio incompleto, 8,4% com ensino superior incompleto, 6,1% com o ensino fundamental completo, 5,2% com ensino superior completo, 5,1% com a escolaridade entre a 1ª série e a 4ª série do ensino fundamental, 2,7% com a 4ª série completa e 2,3% sendo analfabetos.

Ao todo, 10,3% das vítimas de estupro contavam com alguma deficiência física e/ou psicológica. No total, 31,1% dos casos ocorreram com pessoas que tinham deficiência mental, enquanto 29,6% das ocorrências foram cometidas contra indivíduos com transtorno mental.

Ocorrências

A maior parte dos casos contra crianças (30,13%) foi cometida por amigos ou conhecidos da vítima. Já 30% das ocorrências são ações de familiares próximos, como pais, irmãos e padrastos. Os dados não se repetem em relação a adolescentes e adultos. Os principais agressores para essas faixas etárias são desconhecidos, representando 32,50% e 53,52% dos casos, respectivamente. Em segundo lugar, estão os casos de amigos/conhecidos, com 26,09% e 18,82%, respectivamente.

Por estado

Com base nos números do FBSP, o eixo Sul-Sudeste registrou os maiores números de casos de estupro por estados. Ao todo, ocorreram 10.555 casos em São Paulo, 4.308 no Rio de Janeiro, 4.164 no Paraná, 4.144 no Rio Grande do Sul, 3.926 em Minas Gerais e 3.084 em Santa Catarina.

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