SAÚDE CÂNCER

Reino Unido aprova medicamento contra câncer de ovário

A doença é o tipo de câncer mais comum em mulheres (Foto: Wikimedia)

O Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) aprovou um novo medicamento para combater o câncer de ovário. Cerca de 850 mulheres por ano podem receber o Niraparib, que previne a reincidência da doença por até um ano e meio.

O novo tratamento será direcionado para mulheres que lutam contra o câncer de ovário, trompa de falópio e de peritônio, e a doença retornou depois de dois ou mais ciclos de quimioterapia. A pílula deve ser tomada uma vez por dia para prevenir o crescimento do câncer.

De acordo com o Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Cuidados (Nice), atualmente apenas um terço das mulheres sobrevivem cinco anos após o diagnóstico de câncer de ovário. A doença, inclusive, é o tipo de câncer mais comum em mulheres. Apenas em 2015, quase 6,2 mil mulheres foram diagnosticadas com a patologia na Inglaterra.

O apoio do Fundo de Drogas contra o Câncer do NHS (CDF) vai permitir ainda que o Serviço Nacional de Saúde tenha informações mais detalhadas sobre como o novo medicamento afeta o crescimento do câncer. As taxas do Reino Unido com o câncer de ovário assustam. O país conta com uma das taxas mais altas da Europa, mas, em contraponto, tem um dos índices mais baixos de sobrevivência.

O anúncio da aprovação do Niraparib pela NHS foi celebrada por Rebecca Rennison, que é diretora de Assuntos Públicos e Serviços da Target Ovarian Cancer. De acordo com Rennison, o novo medicamento pode beneficiar mais mulheres do que os tratamentos anteriores. “O anúncio de hoje é um divisor de águas no câncer de ovário”, destacou, segundo noticiou o Independent.

A britânica Jane Howarth, de 54 anos, está tomando o novo medicamento há nove meses. Mãe de duas meninas, Jane admitiu a surpresa ao saber do câncer no ovário, em 2015, mas destacou os benefícios do novo tratamento.

“Quando fui diagnosticada com câncer de ovário pela primeira vez em 2015, minhas primeiras palavras foram: ‘Mas eu tenho filhos!’ Elas tinham 11 e 14 anos na época. Agora me dizem que o câncer é avançado e incurável, mas em setembro passado eu comecei a tomar niraparib – e agora estou em casa, estável e bem”.

Os ensaios clínicos demonstram que o novo medicamento atrasou o crescimento do câncer entre seis e 15 meses e meio, variando de acordo com o perfil genético da paciente.

“O resultado para mulheres com câncer de ovário é geralmente ruim, com menos de 35% sobrevivendo por cinco anos após o diagnóstico. Temos o prazer de ver a inclusão de niraparib no Fundo de Drogas contra o Câncer, uma vez que dará às mulheres acesso precoce a este tratamento, enquanto as incertezas nas evidências clínicas podem ser abordadas através da coleta de dados adicionais”, destacou Meindert Boysen, diretor do centro de avaliação de tecnologias em saúde em Nice, ao Independent.

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