SAÚDE PARAGUAI

OMS declara o Paraguai livre da malária

Em 1957, aproximadamente 90 mil pessoas contraíram malária no Paraguai (Foto: Pixabay)

O Paraguai é o primeiro país do continente americano a eliminar a malária desde 1973, quando Cuba também se viu livre da doença. O reconhecimento foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última segunda-feira, 11.

O último caso de malária no Paraguai foi registrado em 2011, segundo dados do Instituto Nacional de Erradicação da Malária (Senepa), divulgados em setembro de 2017. Com isso, em 2016, a OMS já tinha reconhecido o Paraguai como uma das 21 nações com potencial de eliminar a doença até 2020, chamados de “E-20”. Outros países americanos integram a lista como Costa Rica, Equador e México.

“Conquistas exemplares como a do Paraguai mostram o que é possível. Se a malária pode ser eliminada em um país, ela pode ser eliminada em todos”, afirmou o Diretor Geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

O caso do Paraguai, no entanto, vai na contramão do que está sendo observado no mundo. Enquanto entre 2000 e 2015 os casos de malária caíram 62% e as mortes 61% nas Américas, entre 2016 e 2017 diferentes casos foram relatados em outros países, mostrando a dificuldade das nações em prevenir, diagnosticar e combater a doença.

Paraguai contra a malária

Há pouco mais de 60 anos era difícil imaginar o sucesso do Paraguai no combate à malária. Ao longo da década de 1940, o país registrou mais de 80 mil casos. Em 1957, aproximadamente 90 mil pessoas contraíram a doença em 90% do território nacional.

Como medida de emergência, o Paraguai fundou o Senepa para combater a doença. A iniciativa teve sucesso, tanto que, pouco mais de 60 anos depois, o país finalmente se viu livre da malária. O Paraguai registrou o último caso de malária transmitida pelo parasita P. Falciparum em 1995 e pelo P. Vivax em 2011.

Em 2011, quando o último caso foi registrado, o Paraguai lançou um plano de cinco anos para consolidar os avanços na área de combate à malária e impedir que a doença voltasse a assombrar a população. Dessa forma, o país começou a investir em formas de prevenção da doença, informando as pessoas sobre os principais sintomas da malária.

“Receber esta certificação é um reconhecimento de mais de cinco décadas de trabalho duro no Paraguai. […] Alcançar esse objetivo implica enfrentar o desafio de mantê-lo. É por isso que o Paraguai implantou um sólido plano de monitoramento e resposta para evitar que a malária retorne ao nosso país”, celebrou o ministro da Saúde do Paraguai, Carlos Ignacio Morínigo.

Já em 2016, o Paraguai mostrou que não está focado apenas no combate à malária. Contando com o apoio do Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária, os paraguaios aprimoraram a prevenção e combate a diferentes doenças e, em caso de detecção da malária, passaram a oferecer um tratamento rápido e eficiente.

“O sucesso do Paraguai demonstra a importância de investir em sistemas robustos e sustentáveis ​​para a saúde, e estou muito satisfeito que o Fundo Global tenha apoiado essa conquista. […] Temos de permanecer vigilantes e evitar o retorno, mas também temos de celebrar essa vitória”, destacou o diretor executivo do Fundo Global, Peter Sands.

Malária no Brasil

O Brasil sofre constantemente com casos de malária, principalmente na região da Amazônia. Apenas entre janeiro e novembro de 2017, foram registrados mais de 174,5 mil casos da doença entre os estados do Acre, Amazonas, Amapá, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

O número de 2017 mostra um aumento de 48% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram registrados mais de 117,8 mil casos. Entre os estados da região da Amazônia, somente o Mato Grosso conseguiu reduzir o número de casos, caindo de 495, em 2016, para 476, em 2017. Já o estado que mais sofreu com a incidência da doença foi o Amazonas, com mais de 74,4 mil casos somente em 2017.OMS

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