VIDA PARTO PREMATURO

Identificando o risco do parto prematuro

Hoje, a idade gestacional é prevista com o uso da dispendiosa técnica da ultrassonografia (Foto: Max Pixel)

Segundo uma nova pesquisa, a idade do feto e o risco de um parto prematuro podem ser previstos por um exame de sangue, que detecta a presença do ácido ribonucleico (RNA), responsável pela síntese das proteínas das células do corpo, no sangue da mãe.

Apesar de a pesquisa ter como base um pequeno número de participantes e ainda não ter sido usada em testes clínicos, a descoberta abre um novo caminho para identificar o risco de partos prematuros, sem exames invasivos e caros.

O estudo, publicado na revista científica Science, descreveu como as amostras de sangue coletadas todas as semanas de 31 mulheres durante a gravidez foram usadas para criar um modelo, que permitiu avaliar a idade do feto baseada em nove amostras diferentes de RNA.

Com as amostras de sangue coletadas no segundo e no terceiro trimestres da gravidez, o modelo previu a idade gestacional correta em 45% das vezes. Por sua vez, a ultrassonografia realizada no primeiro trimestre da gestação apresentou dados precisos em 48% das 31 mulheres submetidas ao exame.

Hoje, a idade gestacional é prevista com o uso da dispendiosa técnica da ultrassonografia, que se torna menos precisa após o primeiro trimestre de gravidez, e do tempo decorrido desde o início da última menstruação de uma mulher, uma data muitas vezes imprecisa.

A equipe de pesquisadores criou um novo experimento envolvendo sete amostras de RNA, com base em dados da análise do sangue coletado de um pequeno grupo de mulheres, com alto risco de parto prematuro. Ao aplicarem o teste em 23 mulheres diferentes, com o uso de amostras do sangue coletadas dois meses antes do parto, o teste identificou quatro em cada cinco mulheres que tiveram um parto prematuro.

“Ainda estamos em fase preliminar de estudos”, disse Mads Melbye, coautor da pesquisa da Universidade de Stanford e do Statens Serum Institute, em Copenhague. Mas segundo o professor Andrew Shennan, diretor do departamento de consultas e exames pré-natais dos hospitais Guys e St. Thomas, em Londres, apesar de um número pequeno de participantes os resultados iniciais são promissores.

Shennan acrescentou que o cálculo da idade gestacional a partir de um exame de sangue pode ser muito útil em países em desenvolvimento, onde o acesso à ultrassonografia é restrito e os recursos para monitorar a segurança da mãe e do bebê durante a gravidez são precários.

The Guardian

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