CIÊNCIAS MEDICAMENTOS

O teste de medicamentos anti-envelhecimento

Apesar de resultados promissores, ainda são necessárias mais pesquisas (Foto: Pexels)

O envelhecimento é um processo natural, porém isso não significa que os seres humanos não queiram prolongar uma vida saudável sem os sintomas da senilidade. Nos últimos anos, essa busca por uma qualidade de vida melhor em uma idade mais avançada estimulou a pesquisa de medicamentos para eliminar células do organismo responsáveis pelo envelhecimento.

Em um novo estudo publicado na Nature Medicine, pesquisadores liderados por James Kirkland, diretor do Robert and Arlene Kogod Center on Aging da Mayo Clinic, mostraram que as células senescentes de camundongos provocavam alterações orgânicas ou funcionais associadas ao envelhecimento, como fragilidade, baixa imunidade e perda de massa muscular.

Kirkland e seus colegas também relataram que uma combinação de medicamentos usados no tratamento do câncer pode eliminar essas células mais velhas e até mesmo estimular o desenvolvimento de células jovens para substituí-las.

No estudo, que foi feito em diversas etapas, Kirkland e sua equipe marcaram as células senescentes de camundongos idosos com proteínas fluorescentes ​e as transplantaram em camundongos jovens. Após um mês, os animais mostraram sinais de debilidade física relacionada à idade, como perda de força muscular.

As células senescentes, que se espalharam para diferentes tecidos do corpo, expeliram citocinas que controlam a imunorreação do organismo. Essas substâncias causam inflamações que contribuem para o desenvolvimento de algumas doenças crônicas em idosos, como problemas cardíacos, diabetes e miastenia.

Na etapa seguinte do estudo, os pesquisadores deram aos camundongos doses de dasatinibe, um medicamento usado no tratamento do câncer, e quercetina, um flavonoide encontrado em vegetais como couve, cebola vermelha e brócolis, bem como no chá preto e verde, que tem efeitos anti-inflamatórios e antioxidantes. A ação dos medicamentos eliminou a proteção celular das células senescentes.

“Ao eliminar as defesas das células senescentes por uma ou duas horas, elas iniciaram um processo de apoptose, ou morte celular”, disse Kirkland.

Em uma etapa posterior, os pesquisadores mostraram que os camundongos tratados com dasatinibe e quercetina tiveram uma sobrevida de 36%, em comparação com os animais que não foram medicados. Além de viverem mais os camundongos tiveram uma vida saudável ​​até pouco antes de morrer.

Apesar dos resultados promissores do experimento com camundongos, Kirkland disse que é preciso fazer mais pesquisas e testes clínicos para determinar se esses medicamentos podem retardar o processo de envelhecimento, diminuir os sintomas de debilidade física e mental associados à idade e prolongar a vida saudável em seres humanos.Time

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