LIVRE - COMÉRCIO

O projeto de livre-comércio de Djibouti

A China também investiu US$ 4 bilhões na construção de uma ferrovia entre Djibouti e Addis Abeba (Foto: DPFZA/Twitter)

Em 5 de julho, com o apoio financeiro da China, o Djibouti inaugurou a primeira etapa da Zona Internacional de Livre-Comércio de Djibouti (DIFTZ), um projeto no valor de US$ 3,5 bilhões, que se estende por uma área de 4,8 mil hectares. Essa primeira etapa com um custo de US$ 370 milhões consiste em cinco grupos empresariais nas áreas de comércio e logística, processamento de exportação, serviços de apoio financeiro e empresarial, bem como produção industrial e comércio varejista isento de impostos, que ocupam um espaço de 240 hectares. A inauguração da DIFTZ coincidiu com a realização do Fórum Econômico África-China, que reuniu membros do governo e do setor privado, com o objetivo de promover a colaboração econômica.

As autoridades de Djibouti esperam que a zona de livre-comércio internacional não apenas fortaleça sua posição como um centro comercial e logístico, mas também crie empregos para a população jovem do país. Além disso, a DIFTZ será uma base estratégica para empresas internacionais que querem ter acesso ao mercado africano em rápido crescimento. O governo de Djibouti e as empresas chinesas China Merchants Group, Dalian Port Authority e IZP serão responsáveis pela administração da DIFTZ. Em um evento que reuniu líderes de Ruanda, Sudão, Somália, Etiópia e União Africana, o presidente Ismail Omar Guelleh chamou a zona de livre-comércio de “zona de esperança” e elogiou o interesse da China em investir na África.

A DIFTZ faz parte da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, o projeto chinês de investimento em infraestrutura, como ferrovias, portos e redes de energia elétrica na Ásia, África e Europa. Além do apoio financeiro à DIFTZ, a China investiu US$ 4 bilhões na construção de uma ferrovia com 756 quilômetros entre Djibouti e Addis Abeba, capital da Etiópia, a primeira ferrovia elétrica transnacional do continente africano.

Este ano, depois de cancelar o contrato com a DP World de Dubai, o presidente Guelleh assinou um contrato com a Pacific International Lines (PIL), uma companhia de navegação de Cingapura, para aumentar o tráfego marítimo de seus navios de carga no porto de Djibouti. A PIL, por sua vez, tem um acordo de cooperação com a empresa estatal China Merchants Port Holdings, que detém 23,5% das ações do porto.

No contexto da iniciativa “Um Cinturão, Uma Rota”, o Sri Lanka aderiu a um projeto de joint venture com empresas chinesas para a construção de um porto em águas profundas em Hambantota. Em razão do não pagamento do empréstimo, a China Merchant Port Holdings adquiriu 70% das ações do porto, com direito de exploração por um período de 99 anos, em troca da redução da dívida. O endividamento de Djibouti com empresas chinesas também pode causar sérios problemas para o país, como a perda da soberania alcançada após a independência da França, em 1977. Quartz

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