SAÚDE BRASIL

Antes extintas, doenças voltam a ameaçar o Brasil

Em 312 municípios, menos de 50% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite (Foto: Felipe Barros/ExLibris/Secom-PMI)

O Brasil está com uma baixa cobertura de vacinação. Mas, desta vez, não por causa do governo. Em 312 municípios, menos de 50% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite. Isso fez com que o Ministério da Saúde ligasse o sinal de alerta.

Por mais que as vacinas estejam disponíveis, os números de vacinações começaram a mostrar uma queda desde o ano de 2016. Paralelamente a isso, movimentos antivacinas começaram a ganhar força ao redor do mundo.

Não é possível confirmar que ambos os acontecimentos estão diretamente ligados, mas podem estar relacionados. No entanto, as consequências pela redução da vacinação já começaram a ser notadas: os casos de sarampo ganham força, enquanto existe a possibilidade da poliomielite estar voltando para o Brasil.

“Em muitos casos, pais e responsáveis não veem mais algumas doenças como um risco, como é o exemplo da poliomielite. Por isso, é necessário ressaltar a importância da imunização e desmistificar a ideia de que a vacinação traz malefícios”, explicou Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI).

O Brasil estava livre do sarampo desde 2016, quando recebeu o certificado da eliminação do vírus da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, apenas este ano, Amazonas, Rio Grande do Sul, Roraima, Rio de Janeiro e Rondônia já confirmaram casos da doença. A vacinação contra a patologia está abaixo da meta em todo o território nacional.

O Brasil ainda está livre da poliomielite – o país recebeu a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem, da Opas, em 1994. Atualmente, a doença é endêmica na Nigéria, no Afeganistão e no Paquistão, mas a falta de cobertura vacinal pode fazer com que o problema retorne ao território brasileiro, assim como aconteceu com o sarampo.

“O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, apontou Carla Domingues.

Em 2017, apenas a vacina BCG, que ainda é aplicada na maternidade e protege contra a tuberculose, atingia a meta de 90% de imunização. Com isso, diferentes setores da Saúde já começaram a se mobilizar para impedir que diferentes doenças voltem a ser endêmicas no Brasil.

Segundo o Ministério da Saúde, poliomielite e a varíola, no início do século XX, eram endêmicas no país, causando mortes em todo o país. As ações de imunização foram responsáveis por reduzir e extinguir os casos dessas patologias. Além de ter eliminado doenças como a rubéola e a poliomielite, as iniciativas também reduziram os casos de difteria, do tétano, entre outros.Agência Brasil

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