SAÚDE MASCULINA
Pesquisadores estudam possível pílula masculina
Atualmente, há várias opções de controle de natalidade para mulheres, mas poucas para os homens (Foto: Pixabay)
Um novo estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Endócrina em Chicago traz resultados promissores para uma pílula anticoncepcional masculina.
Segundo Stephanie Page, endocrinologista da Universidade de Washington e uma das autoras do estudo, a pílula hormonal reduz a testosterona e outras taxas hormonais responsáveis pela produção de esperma sem efeitos colaterais graves.
Atualmente, há várias opções de controle de natalidade para mulheres, como pílula, injeções e dispositivos intrauterinos. No entanto, há muito menos opções para os homens. “As únicas opções para os homens são vasectomia, camisinha e coito interrompido. Quarenta por cento das gravidezes ao redor do mundo não são planejadas, então há a necessidade de contraceptivos e homens têm poucas opções”, diz Page
O novo estudo contou com a participação de 83 homens entre 18 e 50 anos. Eles foram divididos entre grupo de controle e grupos de tratamento. Cada grupo de tratamento recebeu uma dosagem diferente da droga: 100, 200 ou 400 miligramas.
Depois de 28 dias, a testosterona caiu a níveis de castração nas três doses. Os níveis de castração ocorrem quando a testosterona atinge a mesma taxa de uma castração química ou cirúrgica, que geralmente é definida em 50 nanogramas por decilitro.
O grupo que recebeu 400 miligramas também teve redução significativa de LH e FSH, dois hormônios que ajudam a regular a produção de testosterona e esperma.
“A testosterona normal no homem está entre 350 a 1.100 nanogramas por decilitro”, diz Seth Cohen, professor assistente de urologia na NYU Langone Health, que não está envolvido na pesquisa. Segundo ele, como a amostra é pequena, é necessário mais pesquisa para avaliar os potenciais efeitos colaterais na população em geral. “Nove participantes tiveram redução da libido, o que não é pouco. Quando você põe numa escala maior, você tem uma grande porção de homens com a libido muito baixa”, explica Cohen.
“Se você simplesmente deixa a testosterona dos homens baixa, eles vão sentir efeitos colaterais. Eles vão sentir ondas de calor como as mulheres sentem na menopausa, e vão sentir diferenças no desejo e na função sexual”, diz Page.
Este não é o primeiro método hormonal a ser testado em homens. Em 2016, um estudo analisou injeções hormonais em homens a cada oito semanas. Apesar de a droga reduzir as gravidezes, ela foi associada com um número de efeitos colaterais adversos como depressão, acne e libido alterada. Por causa desses efeitos, 20 dos 320 participantes deixaram a pesquisa.
Mas, a nova droga, mostrou uma redução nesses efeitos. E também parece não fazer mal ao fígado, uma consequência conhecida do uso de testosterona, segundo Page. Mas Cohen alerta que o estudo só durou 28 dias, o que dificulta calcular o risco para o fígado com o uso de longo prazo da droga.
“O próximo passo importante é mostrar que ele de fato diminui a produção de esperma, isso requere um estudo de pelo menos três meses, que vai começar no próximo mês. Depois disso, nós vamos precisar de estudos de longo prazo para olhar em detalhes qualquer efeito colateral possível e por fim fazer um estudo com casais para de fato demonstrar que a droga funciona no mundo real”, diz Page.CNN
Um novo estudo apresentado no encontro anual da Sociedade Endócrina em Chicago traz resultados promissores para uma pílula anticoncepcional masculina.
Segundo Stephanie Page, endocrinologista da Universidade de Washington e uma das autoras do estudo, a pílula hormonal reduz a testosterona e outras taxas hormonais responsáveis pela produção de esperma sem efeitos colaterais graves.
Atualmente, há várias opções de controle de natalidade para mulheres, como pílula, injeções e dispositivos intrauterinos. No entanto, há muito menos opções para os homens. “As únicas opções para os homens são vasectomia, camisinha e coito interrompido. Quarenta por cento das gravidezes ao redor do mundo não são planejadas, então há a necessidade de contraceptivos e homens têm poucas opções”, diz Page
O novo estudo contou com a participação de 83 homens entre 18 e 50 anos. Eles foram divididos entre grupo de controle e grupos de tratamento. Cada grupo de tratamento recebeu uma dosagem diferente da droga: 100, 200 ou 400 miligramas.
Depois de 28 dias, a testosterona caiu a níveis de castração nas três doses. Os níveis de castração ocorrem quando a testosterona atinge a mesma taxa de uma castração química ou cirúrgica, que geralmente é definida em 50 nanogramas por decilitro.
O grupo que recebeu 400 miligramas também teve redução significativa de LH e FSH, dois hormônios que ajudam a regular a produção de testosterona e esperma.
“A testosterona normal no homem está entre 350 a 1.100 nanogramas por decilitro”, diz Seth Cohen, professor assistente de urologia na NYU Langone Health, que não está envolvido na pesquisa. Segundo ele, como a amostra é pequena, é necessário mais pesquisa para avaliar os potenciais efeitos colaterais na população em geral. “Nove participantes tiveram redução da libido, o que não é pouco. Quando você põe numa escala maior, você tem uma grande porção de homens com a libido muito baixa”, explica Cohen.
“Se você simplesmente deixa a testosterona dos homens baixa, eles vão sentir efeitos colaterais. Eles vão sentir ondas de calor como as mulheres sentem na menopausa, e vão sentir diferenças no desejo e na função sexual”, diz Page.
Este não é o primeiro método hormonal a ser testado em homens. Em 2016, um estudo analisou injeções hormonais em homens a cada oito semanas. Apesar de a droga reduzir as gravidezes, ela foi associada com um número de efeitos colaterais adversos como depressão, acne e libido alterada. Por causa desses efeitos, 20 dos 320 participantes deixaram a pesquisa.
Mas, a nova droga, mostrou uma redução nesses efeitos. E também parece não fazer mal ao fígado, uma consequência conhecida do uso de testosterona, segundo Page. Mas Cohen alerta que o estudo só durou 28 dias, o que dificulta calcular o risco para o fígado com o uso de longo prazo da droga.
“O próximo passo importante é mostrar que ele de fato diminui a produção de esperma, isso requere um estudo de pelo menos três meses, que vai começar no próximo mês. Depois disso, nós vamos precisar de estudos de longo prazo para olhar em detalhes qualquer efeito colateral possível e por fim fazer um estudo com casais para de fato demonstrar que a droga funciona no mundo real”, diz Page.CNN
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