USP-Ossos do nazista Josef Mengele são usados em cursos de medicina forense

Mengele, aos 67 anos, morreu enquanto nadava numa praia em Bertioga em 1979 (Foto: Wikimedia)

Os ossos de Josef Mengele, mais conhecido por Anjo da Morte pelos seus experimentos terríveis com centenas de judeus em Auschwitz, ficaram abandonados em um saco plástico no Instituto Médico Legal de São Paulo por mais de 30 anos.

Agora, Daniel Romero Muñoz, médico que liderou a equipe que identificou os restos mortais de Mengele em 1985, viu uma oportunidade de usá-los. Vários meses antes, o chefe do departamento de medicina legal na Escola de Medicina na Universidade de São Paulo obteve permissão para usar os ossos em seus cursos de medicina forense. Atualmente, seus alunos estão estudando os ossos de Mengele e conectando os restos mortais com sua história de vida.

“Examinando os restos de Mengele, nós vemos uma fratura no lado esquerdo da pelve. Segundo informações encontradas em seus registros militares, ele fraturou a pelve num acidente de moto em Auschwitz”, disse Muñoz.

“Eu não sei o que sinto”, disse a sobrevivente do Holocausto, Cyrla Gewerz sobre o fato dos restos de Mengele estarem sendo estudados. “Eu já tenho muitas memórias dolorosas dele, do que ele fez comigo e com outros em Auschwitz. Estas são memórias que eu não posso apagar da minha mente.”

Gewerz contou que Mengele disse para ela tirar a roupa e entrar numa cuba com água muita quente. Depois que ela falou que a água estava queimando, ele disse que se ela não entrasse, ele a mataria. Em seguida, a fez entrar em uma cuba com água congelante. Gewertz disse também que uma vez viu Mengele matar um recém-nascido, jogando o bebê do telhado de um barraco.

Depois da guerra, Mengele fugiu para a Argentina e viveu em Buenos Aires por uma década. Ele se mudou para o Paraguai depois que capturaram Adolf Eichman, um dos principais organizadores do Holocausto, que também estava morando em Buenos Aires. Em 1960, Mengele chegou a São Paulo, onde recebeu abrigo por um casal alemão Wolfram e Lisolette Bossert e de uma família de imigrantes húngaros.

Mengele, aos 67 anos, morreu enquanto nadava numa praia em Bertioga em 1979. Os Bosserts o enterraram em Embu com um nome fictício de Wolfgang Gerhard. Anos depois, autoridades alemãs interceptaram uma carta do casal para a família de Mengele com notícias de sua morte. As autoridades alemãs avisaram as brasileiras. Em 1985, o corpo foi exumado. Na ocasião, foi confirmado de que realmente se tratava de Mengele.The Guardian

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