Colômbia quer se livrar das minas terrestres

Estima-se que mais de 60% do território colombiano ainda tenha minas prontas para explodir (Fonte: Reprodução/Agência Brasil)

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, e as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) assumiram o compromisso, por enquanto no papel, de livrar o país das minas terrestres.

Nesta semana, durante a Assembleia Geral da ONU em Nova Iorque, Santos iniciou uma campanha de arrecadação de fundos internacionais para enfrentar o problema, que é considerado um dos principais desafios da Colômbia no chamado “pós-conflito”.

No próximo dia 2 de outubro, os colombianos vão decidir em um plebiscito se apoiam o acordo de paz entre o governo e as Farc. A pergunta que estará nas cédulas será: “Você apoia o acordo final para o término do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?”. Caso seja aprovado, a expectativa é de que a promessa de desativar as minas terrestres seja colocada em prática.

A agência da ONU para os refugiados, ACNUR, acredita que a Colômbia é o segundo país no mundo com o maior número de minas terrestres instaladas. O primeiro lugar é ocupado pelo Afeganistão. Estima-se que mais de 60% do território colombiano ainda tenha minas prontas para explodir.

Os EUA já anunciaram que vão destinar US$ 26 milhões para o projeto. De acordo com o secretário norte-americano de Estado, John Kerry, “livrar o campo de minas é o único modo de garantir que os “desplazados” (população deslocada de suas terras pela violência) sintam-se seguros para voltar para suas casas”.

O número de refugiados internos na Colômbia também representa um recorde. Calcula-se que cerca de 8 milhões de pessoas tiveram que deixar seus locais de origem na zona rural por causa do conflito entre Farc, Exército e paramilitares, e também por causa do perigo representado pelas minas terrestres.

Dados oficiais apontam para um total de 11.408 vítimas nos últimos 25 anos no país em decorrência das minas terrestres. Deste total, 2.255 pessoas morreram e inúmeras outras perderam algum membro. Mais de 40% das vítimas eram civis.

O governo colombiano estima que precisa de cerca de US$ 300 milhões para livrar todo o território das minas terrestres. Além dos EUA, os governos da Noruega, da Suíça, da Holanda, do México, da Espanha, da Nova Zelândia, do Chile, da Argentina e do Uruguai também anunciaram que vão contribuir financeiramente para o projeto. O valor reunido até agora é, no entanto, menos de um terço do necessário.

Folha de S.Paulo

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