AQUECIMENTO GLOBAL- Mudanças climáticas na era Trump

Ausência dos EUA não influenciará na busca pela redução de emissões (Foto: Pixabay)

Em 2009, Donald Trump assinou uma carta pública que pedia por cortes nas emissões americanas de gases estufas. Em 2012, ele desdenhou do aquecimento global, afirmando ser uma farsa orquestrada pelos chineses. Este ano, ele prometeu retirar os EUA do acordo climático firmado em Paris, no ano passado.

Tal volubilidade oferece argumentos para otimistas e pessimistas. No entanto, a realidade é um pouco mais complexa. A campanha “America First” de Trump não farpá nada para ajudar o planeta, mas não precisa ser a catástrofe que muitos temem.

Mesmo que Trump mantenha os EUA no acordo de Paris, sua gestão não tomará nenhuma iniciativa relativa a ele. Muitos republicanos consideram que acordos climáticos são regulações globais de controlar os mais ricos. A ideia é compartilhada pelos próprios eleitores de Trump. Para eles, a exploração de combustível fóssil representa riqueza e prosperidade. Essa visão foi estimulada por um recente anúncio de Trump, feito no dia 21 deste mês, onde ele se comprometeu a acabar com as “restrições que matam empregos” na área de produção de combustíveis fósseis, que representam 80% das emissões americanas.

Parece preocupante, mas analisado de perto, o caminho para um futuro mais verde continua aberto tanto paras os EUA quanto para os demais países. Nos EUA, há leis capazes de limitar o apetite de Trump por combustíveis fósseis. Ele estima haver trilhões de dólares em óleo e gás no subterrâneo americano, mas nenhum poço será perfurado até que se prove economicamente viável. E para isso, preço do petróleo teria de estar muito acima do patamar atual. Além disso, estados como a Califórnia continuarão a estimular o uso de energia limpa, o que incentivará outros estados.

No resto do mundo, a ausência da liderança americana não influenciará na busca pela redução de emissões. A China leva muito a sério as mudanças climáticas e a poluição do ar em suas cidades, que, segundo um estudo, contribui para a morte de 1,6 milhão de chineses por ano. A Índia depende de ações de ações contra as mudanças climáticas para se proteger do clima extremo. O país gasta uma fortuna contra tempestades, enchentes e outros fenômenos.

O fator comercial também terá um grande peso na descarbonização. O custo da energia limpa está diminuindo. O preço das baterias de carros elétricos caiu 80% desde 2008, o da energia eólica caiu mais da metade no ano passado na Europa. A energia solar está se tornando tão atraente quanto a energia gerada a óleo ou a gás.The Economist

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