CELSO FURTADO 100 ANOS
Centenário de Celso Furtado reforça novo debate sobre papel do Estado
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O centenário de nascimento de Celso Furtado (1920-2004), autor do clássico "Formação Econômica do Brasil" (1959), que se comemora neste domingo (26), levanta discussões sobre a presença do Estado na economia, como um país em desenvolvimento pode superar os atrasos tecnológicos em relação às grandes economistas desenvolvidas, além do cada vez mais atual debate sobre a desigualdade de renda.
"Meu primeiro interesse foi a ciência política. Daí fui para as ciências sociais em geral, e daí é que fui para a economia. Se você não tem ideias claras e evidentes sobre a economia na sociedade, fica sempre um pouco no superficial. Para entender a vida da sociedade é preciso saber como é que se mata a fome, primeiro", afirmou Furtado em suas memórias.
Nelson Marconi, professor da Eaesp-FGV (Escola da Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), afirma que uma das ideias centrais de "Formação Econômica do Brasil" é a necessidade de o país se industrializar, ter uma estratégia para romper o atraso no processo de desenvolvimento.
Segundo ele, esse é um tema ainda mais atual no momento em que o país passa por um processo de desindustrialização, iniciado ainda na década passada e acentuado desde a última recessão (2014-2016).Apesar de as propostas de Furtado não serem as mesmas que se aplicam ao cenário atual –ele propunha, por exemplo, taxas de câmbio múltiplas e ampla política de substituição de importações–, isso não invalida suas ideias centrais, diz Marconi.
"Se tivéssemos avançado mais no processo de industrialização, e não regredido, estaríamos enfrentando melhor essa crise. A gente precisaria voltar a se industrializar para poder crescer com mais autonomia, mas regredimos, nossa economia está se primarizando", diz Marconi, ao destacar a dependência do país das exportações de commodities, como na época em que o clássico de Furtado foi escrito.
A questão das desigualdades regionais é outro tema atual, segundo o economista Celso Mangueira, presidente Corecon (Conselho Regional de Economia) da Paraíba, que tem organizado eventos na terra natal do homenageado.FOLHAPRESS
O centenário de nascimento de Celso Furtado (1920-2004), autor do clássico "Formação Econômica do Brasil" (1959), que se comemora neste domingo (26), levanta discussões sobre a presença do Estado na economia, como um país em desenvolvimento pode superar os atrasos tecnológicos em relação às grandes economistas desenvolvidas, além do cada vez mais atual debate sobre a desigualdade de renda.
"Meu primeiro interesse foi a ciência política. Daí fui para as ciências sociais em geral, e daí é que fui para a economia. Se você não tem ideias claras e evidentes sobre a economia na sociedade, fica sempre um pouco no superficial. Para entender a vida da sociedade é preciso saber como é que se mata a fome, primeiro", afirmou Furtado em suas memórias.
Nelson Marconi, professor da Eaesp-FGV (Escola da Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), afirma que uma das ideias centrais de "Formação Econômica do Brasil" é a necessidade de o país se industrializar, ter uma estratégia para romper o atraso no processo de desenvolvimento.
Segundo ele, esse é um tema ainda mais atual no momento em que o país passa por um processo de desindustrialização, iniciado ainda na década passada e acentuado desde a última recessão (2014-2016).Apesar de as propostas de Furtado não serem as mesmas que se aplicam ao cenário atual –ele propunha, por exemplo, taxas de câmbio múltiplas e ampla política de substituição de importações–, isso não invalida suas ideias centrais, diz Marconi.
"Se tivéssemos avançado mais no processo de industrialização, e não regredido, estaríamos enfrentando melhor essa crise. A gente precisaria voltar a se industrializar para poder crescer com mais autonomia, mas regredimos, nossa economia está se primarizando", diz Marconi, ao destacar a dependência do país das exportações de commodities, como na época em que o clássico de Furtado foi escrito.
A questão das desigualdades regionais é outro tema atual, segundo o economista Celso Mangueira, presidente Corecon (Conselho Regional de Economia) da Paraíba, que tem organizado eventos na terra natal do homenageado.FOLHAPRESS
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