ASSÉDIO SEXUAL ONG

Tradicional ONG britânica se envolve em escândalo sexual

Acusações semelhantes estão sendo feitas a outras ONGs de ajuda humanitária (Foto: Wikimedia)

Fundada em 1942, a Oxfam é uma das organizações de ajuda humanitária mais conhecidas do Reino Unido, com filiais em mais de 90 países. É também uma organização respeitada e amada pelos 23 mil voluntários que arrecadam em torno de £ 100 milhões (US$ 140 milhões) por ano com a venda de livros usados e casacos de pele de marta antigos. Agora, a Oxfam envolveu-se em um escândalo de abuso sexual e sua reputação ficou seriamente abalada.

Segundo o relato de uma testemunha ao Times, durante uma missão humanitária ao Haiti em 2011, após o terremoto que devastou o país, os funcionários da ONG em Port-au-Prince contrataram prostitutas e fizeram orgias sexuais. A prostituição é ilegal no Haiti e algumas das prostitutas eram menores de idade. Três funcionários envolvidos no escândalo renunciaram aos cargos e a Oxfam demitiu mais quatro por comportamento inadequado, porém encobriu a gravidade de suas ações.

Helen Evans, uma funcionária da Oxfam, disse que advertiu diversas vezes os diretores da organização sobre casos de “abuso sexual” em filiais no exterior e no Reino Unido, mas suas histórias não foram levadas a sério.

A diretora-geral adjunta da Oxfam, Penny Lawrence, responsável pelo programa internacional de ajuda humanitária da organização, renunciou em 12 de fevereiro. No mesmo dia, o Department for International Development (DFID) informou ao seu diretor-geral, Mark Goldring, que a Oxfam poderia perder mais de £ 30 milhões de subsídios do governo se não desse uma explicação detalhada sobre os acontecimentos no Haiti.

A União Europeia (UE), que doara £ 29 milhões à Oxfam, exigiu “máxima transparência” em sua investigação. No dia seguinte, algumas empresas que apoiam as atividades da ONG britânica, como Visa e Marks & Spencer, disseram que estavam revendo sua parceria com a organização.

Acusações semelhantes estão sendo feitas a outras ONGs de ajuda humanitária. Priti Patel, ex-secretária do DFID, disse que o caso da Oxfam é a “ponta do iceberg”, o que pode prejudicar ainda mais a confiança no setor, já enfraquecido segundo as pesquisas de opinião realizadas pela Charity Comission a partir de 2005.

Diante das denúncias de abusos cometidos por funcionários da Oxfam no Haiti, alguns parlamentares conservadores sugeriram eliminar o compromisso de gastar 0,7% do PIB em programas de ajuda humanitária internacional, que consideram um gasto excessivo em uma época de austeridade.

Mas outros conservadores, como Andrew Mitchell, ex-secretário do DFID, argumentaram que a área de desenvolvimento internacional é uma das poucas iniciativas em que o Reino Unido é um líder global. Com a saída da UE seria lamentável que o país perdesse essa liderança, disseram.The Economist

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