GRÉCIA AUXÍLIO-MORADIA

Auxílio-moradia causa demissão de vice-ministra da Grécia

Rania Antonopoulou recebia mil euros mensais de auxílio-moradia (Foto: Flickr)

Não é apenas no Brasil que o auxílio-moradia levanta debate e está em evidência. O governo da Grécia anunciou a saída da vice-ministra do Trabalho e Segurança Social, Rania Antonopoulou, na última segunda-feira, 26. Isso porque a mídia grega noticiou que a vice-ministra recebia mil euros mensais de auxílio-moradia nos últimos dois anos, mesmo sendo casada com um homem rico.

De acordo com a imprensa, Antonopoulou, que se juntou ao governo em 2015, declarou que tinha um rendimento anual de 57 mil euros (R$ 226 mil), além de ações na bolsa avaliadas em 276 mil euros (R$ 1,1 milhão). As declarações não impediram que a antiga vice-ministra se beneficiasse de uma lei de 1995 que concedia auxílio-moradia para deputados e ministros.

Além dos rendimentos próprios, Antonopoulou é casada com o atual ministro da economia da Grécia, Dimitris Papadimitrou, que é um homem rico e declarou, em 2016, ter um rendimento anual de 336 mil euros (R$ 1,4 milhão). Depois da revelação da imprensa, a vice-ministra se demitiu do governo.

Mesmo sem ter cometido ilegalidade, o caso repercutiu mal no país, que ainda sofre com a crise econômica do fim dos anos 2000. “Nunca tive a intenção de insultar o povo grego. Estou ciente que a minha situação financeira reforçou a indignação da população”, disse Antonopoulou através de um comunicado. Além da demissão, a ex-vice-ministra se propôs a devolver os 23 mil euros que recebeu de auxílio.

Com a repercussão do caso, o governo da Grécia prometeu rever a lei do auxílio-moradia para altos membros dos ministérios que não ocupam vagas no Parlamento. Para a oposição, a saída da vice-ministra não foi o suficiente. “Eles [Antonopoulou e Papadimitriou] não deveriam apenas renunciar, mas deixar o país no próximo avião”, apontou o vice-presidente do partido liberal-conservador Nea Dimokratia, Adonis Georgiadis.

Auxílio-moradia no Brasil

O benefício tem levantado um grande debate no Brasil, recheado de polêmica. De acordo com um levantamento da Folha de São Paulo, pelo menos 13 congressistas recebem o auxílio-moradia mesmo tendo casa própria em Brasília.

Outro que se viu no olho do furacão foi o juiz federal Sérgio Moro, que recebe auxílio-moradia no valor de R$ 4.378, mesmo morando a apenas três quilômetros de seu local de trabalho, a sede da Justiça Federal de 1º Grau do Paraná, e recebendo um salário base de R$ 28.948, que, somados todos os benefícios, chega a R$ 34.210 – o que ultrapassa o teto constitucional para a categoria de R$ 33,7 mil (o salário de um ministro do Supremo Tribunal Federal).

O também juiz Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro, obteve na Justiça, em 2015, o direito de receber auxílio-moradia no valor de R$ 4,3 mil mensais, bem como sua esposa, Simone Diniz Bretas, que também é magistrada. No total, o casal recebe R$ 8,6 mil por mês em auxílio-moradia.DW

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