TECNOLOGIA DIREITOS HUMANOS

Anistia Internacional diz que Facebook e Google ameaçam direitos humanos

Facebook e Google seriam as maiores ameaças devido ao domínio na internet (Foto: Stock Catalog/Flickr)

Um relatório da Anistia Internacional, divulgado nesta quinta-feira, 21, acusa o Facebook e o Google de serem “um perigo sem precedentes” para os direitos humanos. A ONG critica duramente o recolhimento de dados pessoais por parte das empresas de tecnologia.

O relatório, intituladoSurveillance Giants (Gigantes da Vigilância, em tradução livre), também faz menção a outros gigantes da tecnologia, como Amazon e Apple, mas coloca o Facebook e o Google como os maiores perigos.

Isso porque, segundo o relatório, as empresas dominam as principais interações sociais feitas via internet. Enquanto o Facebook tem o controle do Instagram e do WhatsApp, além da redes social homônima, o Google conta com o YouTube e o mecanismo de busca da empresa.

“O controle insidioso do Google e do Facebook sobre nossas vidas digitais mina a própria essência da privacidade e é um dos desafios que definem os direitos humanos de nossa época. […] Para proteger nossos principais valores humanos na era digital – dignidade, autonomia, privacidade – é necessário que haja uma revisão radical da maneira como a Big Tech opera e que mude para uma Internet que tenha os direitos humanos em sua essência”, destacou o secretário geral da Anistia Internacional, Kumi Naidoo.

Além disso, o relatório destaca também que, apesar dos serviços oferecidos pelas empresas serem gratuitos aos usuários, o “pagamento” é feito através do compartilhamento de dados pessoais, além do rastreamento físico dos internautas através dos dispositivos. Ademais, Naidoo também exalta a importância da internet para os direitos humanos, mas lamenta que os usuários não tenham grandes escolhas a não ser integrar o mundo virtual nos termos ditados pelo Facebook e pelo Google.

“Google e Facebook destruíram nossa privacidade ao longo do tempo. Agora estamos presos. Ou devemos nos submeter a esse mecanismo generalizado de vigilância – onde nossos dados são facilmente armados para nos manipular e influenciar – ou renunciar aos benefícios do mundo digital. Isso nunca pode ser uma escolha legítima. Precisamos recuperar essa praça pública essencial, para que possamos participar sem que nossos direitos sejam violados”, apontou o secretário geral.

Naidoo lembrou ainda o escândalo da Cambridge Analytica, na qual a empresa coletou ilegalmente dados de mais de 50 milhões de pessoas. Fazendo referência ao caso, que teve fins políticos, o secretário geral afirmou que a arquitetura dessas empresas digitais nas mãos erradas é uma arma potente.

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