POLÍTICA LIRA

Câmara recua e terá comissão para discutir aborto em agosto
© Getty Opresidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou ontem a formação de uma "comissão representativa" para debater o tema do aborto,após a repercussão negativa do projeto que equipara o ato ao crime de homicídio após 22 semanas de gestação.Lira não especificou como o grupo será formado e informou que o seu funcionamento será decidido em agosto. "O colégio de líderes deliberou debater esse tema de maneira ampla no segundo semestre, com a formação de uma comissão representativa", declarou Lira."Todas as forças políticas, sociais, participarão desse debate, sem pressa e sem qualquer tipo de açodamento", acrescentou. O comunicado ocorreu no salão verde da Câmara, ao lado de todos os líderes partidários. Entre os presentes, estava a coordenadora-geral da Secretaria da Mulher, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ). Lira afirmou que não é praxe da Câmara votar assuntos importantes sem debates e afirmou que a discussão sobre o PL do aborto "deve ocorrer de forma ainda mais ostensiva e clara". O deputado disse que não haverá retrocessos em avanços já garantidos nem "danos às mulheres"."Nós não governamos sozinhos,essa narrativa não é verdadeira. As decisões na Câmara não são monocráticas." Segundo defensores do projeto, o presidente da Câmara sinalizou que não arquivará o chamado PL do Aborto,mas não indicou uma data para votação.Também está pendente a designação de um relator para o projeto. Líderes favoráveis ao projeto têm defendido que seja uma mulher de centro. Benedita teria sido uma das cotadas por ser evangélica,mas ser de esquerda é algo visto com um impeditivo. Parlamentares críticos ao projeto, por sua vez, creem que o adiamento do projeto para o segundo semestre deve enfraquecer a discussão, por se tratar de um período eleitoral. MUDANÇA DE RITO Arthur Lira também propôs às lideranças partidárias da Casa que a análise de urgências para a tramitação de projetos seja feita de forma mais criteriosa. A ideia é que os requerimentos apresentados na reunião do Colégio de Líderes só sejam apreciados no plenário na semana seguinte. No caso do aborto, a aprovação ocorreu na mesma semana, após cinco segundos de análise em plenário. Na sequência, houve mobilização nas redes sociais e nas ruas - tendo Lira como um dos principais alvos dos atos. Nos bastidores, interlocutores de Lira diziam que não é do interesse dele aprovar o projeto. A ideia, segundo os aliados, era somente fazer um aceno à bancada evangélica quando se aproxima sua sucessão. ESTADAO

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