O país das manchetes
Recentemente, se comemorava ruidosamente em Brasília a ascensão do Brasil à condição de 6ª maior economia do mundo. Havíamos superado o Reino Unido onde, ao contrário do que acontece aqui, a monarca não manda e a Rainha é apenas uma Relações Públicas super bem paga.
A sexta posição econômica no mundo foi alcançada enquanto a taxa de câmbio variava em torno de R$1,80 por dólar norte-americano. A diferença para a 6ª economia do mundo só foi alcançada em função de uma taxa de câmbio que inviabiliza a competitividade internacional da maior parte dos produtos industrializados aqui confeccionados. A comemoração era e é, no entender da indústria brasileira, uma indesejável consequência da valorização do real.
Mas, “esquecida” esta preocupação cambial, o resto era festa. Uma festa incongruente porque, enquanto a publicidade estatal canta loas à potência emergente Brasil, seus filhos mais diletos, os industriais e industriários, choram a relação entre moedas que nos desindustrializa.
A verdade inteira, no entanto, não é esta. A indústria brasileira não é competitiva porque os custos de uma infraestrutura desatualizada e cadente e o volume de taxas e impostos para produzir, aqui, a inviabilizam. A solução mais fácil é culpar a taxa de câmbio e recorrer a subsídios no BNDES. O dilema é este: ou comemorar a ascensão do Brasil no concerto das Nações ou demonizar a taxa de câmbio.
* Presidente do Instituto Liberal-Arthur Chagas Diniz*
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