Os maiores mitos que o cinema criou sobre o Titanic
Filmes sobre o navio Titanic criaram diversos mitos. (Foto: Divulgação)
O naufrágio do navio Titanic, que matou 1.513 pessoas na sua primeira viagem, completa 100 anos no próximo dia 14 e muitos mitos criados no cinema ainda são ditos como verdade. Saiba quais são as cinco histórias mais mal contadas sobre a tragédia:
Inafundável
A mãe da personagem Rose, heroína do filme “Titanic” (do cineasta James Cameron), observa o navio e comenta: “Então, este é o navio que dizem que não afunda”. A companhia White Star Line nunca afirmou que o navio era “inafundável” e nunca se falou sobre isso até o incidente, afirma o cientista Richard Howells, do Kings College, de Londres, na Inglaterra.
“Se um homem cheio de orgulho constrói um navio imbatível, como Prometeu, que roubou o fogo dos deuses, isso carrega um senso mítico porque indica que deus estaria tão zangado por tal afronta que acabaria afundando o navio”, explica Howells.
A última música
No filme “Titanic”, a banda do navio permanece no deck enquanto navio afunda e toca a canção “Nearer, My God, To Thee” (“Mais perto de ti, meu Deus”) aos passageiros que não conseguiriam sobreviver. No entanto, um dos consultores para o filme, Paul Louden-Brown, da Sociedade Histórica do Titanic, afirma que James Cameron apenas usou a cena dos músicos no filme “Uma noite para se lembrar” (1958).
“Ele me disse: ‘Eu roubei isso inteiramente e coloquei no meu filme, simplesmente porque amei. Era uma parte muito forte da história’”, diz Louden-Brown.
Capitão Smith
O comandante do navio, capitão Smith, foi retratado como herói no cinema e ainda ganhou estátuas e cartões postais. Porém, ele é apontado por especialistas como o principal culpado pelas falhas na estrutura de comando a bordo. Smith não deu atenção aos alertas contra gelo e iceberg nem reduziu a velocidade da embarcação quando já se sabia da presença de gelo na rota do navio.
“Ele sabia quantos passageiros e quanto espaço havia nos barcos salva-vidas. Mesmo assim, ele permitiu que os barcos partissem apenas parcialmente cheios”, ressalta Louden-Brown.
Joseph Bruce Ismay, o presidente da White Star
Joseph Bruce Ismay, presidente da White Star, foi acusado de mandar acelerar o navio e escapar da embarcação no primeiro barco salva-vidas disponível, deixando para trás mulheres e crianças. Ele foi execrado em Nova York e aposentou-se falido em 1913.
Lord Mersey, que comandou o inquérito britânico em 1912, chegou à conclusão que Ismay ajudou vários passageiros antes de entrar no barco salva-vidas. “Se ele não tivesse se salvado, salvaria apenas mais uma vida”, pontuou Mersey em relatório.
“Se formos para a origem disso, temos de nos lembrar de William Randolph Hearst, o grande magnata da imprensa nos Estados Unidos. Ele e Ismay brigaram pelo fato de Ismay não cooperar com a imprensa [fornecendo informações] em um acidente com um navio da companhia”, diz Paul Louden-Brown.
Louden-Brown acredita que as acusações são injustas e chegou a discutir o assunto com James Cameron. “É isso que o público espera ver”, teria dito o cineasta ao consultor.
O autor do livro “Como sobreviver ao Titanic: o naufrágio de J. Bruce Ismay”, Frances Wilson, também defende o presidente da White Star. “Ele foi um homem comum pego por circunstâncias extraordinárias”.
Terceira classe
O filme “Titanic” mostra que os passageiros da terceira classe foram forçados a ficar longe do deck e impedidos de alcançar os barcos salva-vidas. Richard Howells, do Kings College de Londres, afirma que não existe evidências para confirmar tal história.
Os portões que os separavam dos demais passageiros do navio foram instalados por exigência da imigração norte-americana, que temia que os passageiros desembarcassem em Nova York sem passar por testes de higiene. Na terceira classe, estavam armênios, chineses, holandeses, italianos, russos, sírios e britânicos.
Evidências apontam que os portões estavam fechados na noite da tragédia e que só depois de a maioria dos barcos salva-vidas terem partido é que os eles foram abertos. Menos de um terço dos passageiros da terceira classe sobreviveram.EFE
O naufrágio do navio Titanic, que matou 1.513 pessoas na sua primeira viagem, completa 100 anos no próximo dia 14 e muitos mitos criados no cinema ainda são ditos como verdade. Saiba quais são as cinco histórias mais mal contadas sobre a tragédia:
Inafundável
A mãe da personagem Rose, heroína do filme “Titanic” (do cineasta James Cameron), observa o navio e comenta: “Então, este é o navio que dizem que não afunda”. A companhia White Star Line nunca afirmou que o navio era “inafundável” e nunca se falou sobre isso até o incidente, afirma o cientista Richard Howells, do Kings College, de Londres, na Inglaterra.
“Se um homem cheio de orgulho constrói um navio imbatível, como Prometeu, que roubou o fogo dos deuses, isso carrega um senso mítico porque indica que deus estaria tão zangado por tal afronta que acabaria afundando o navio”, explica Howells.
A última música
No filme “Titanic”, a banda do navio permanece no deck enquanto navio afunda e toca a canção “Nearer, My God, To Thee” (“Mais perto de ti, meu Deus”) aos passageiros que não conseguiriam sobreviver. No entanto, um dos consultores para o filme, Paul Louden-Brown, da Sociedade Histórica do Titanic, afirma que James Cameron apenas usou a cena dos músicos no filme “Uma noite para se lembrar” (1958).
“Ele me disse: ‘Eu roubei isso inteiramente e coloquei no meu filme, simplesmente porque amei. Era uma parte muito forte da história’”, diz Louden-Brown.
Capitão Smith
O comandante do navio, capitão Smith, foi retratado como herói no cinema e ainda ganhou estátuas e cartões postais. Porém, ele é apontado por especialistas como o principal culpado pelas falhas na estrutura de comando a bordo. Smith não deu atenção aos alertas contra gelo e iceberg nem reduziu a velocidade da embarcação quando já se sabia da presença de gelo na rota do navio.
“Ele sabia quantos passageiros e quanto espaço havia nos barcos salva-vidas. Mesmo assim, ele permitiu que os barcos partissem apenas parcialmente cheios”, ressalta Louden-Brown.
Joseph Bruce Ismay, o presidente da White Star
Joseph Bruce Ismay, presidente da White Star, foi acusado de mandar acelerar o navio e escapar da embarcação no primeiro barco salva-vidas disponível, deixando para trás mulheres e crianças. Ele foi execrado em Nova York e aposentou-se falido em 1913.
Lord Mersey, que comandou o inquérito britânico em 1912, chegou à conclusão que Ismay ajudou vários passageiros antes de entrar no barco salva-vidas. “Se ele não tivesse se salvado, salvaria apenas mais uma vida”, pontuou Mersey em relatório.
“Se formos para a origem disso, temos de nos lembrar de William Randolph Hearst, o grande magnata da imprensa nos Estados Unidos. Ele e Ismay brigaram pelo fato de Ismay não cooperar com a imprensa [fornecendo informações] em um acidente com um navio da companhia”, diz Paul Louden-Brown.
Louden-Brown acredita que as acusações são injustas e chegou a discutir o assunto com James Cameron. “É isso que o público espera ver”, teria dito o cineasta ao consultor.
O autor do livro “Como sobreviver ao Titanic: o naufrágio de J. Bruce Ismay”, Frances Wilson, também defende o presidente da White Star. “Ele foi um homem comum pego por circunstâncias extraordinárias”.
Terceira classe
O filme “Titanic” mostra que os passageiros da terceira classe foram forçados a ficar longe do deck e impedidos de alcançar os barcos salva-vidas. Richard Howells, do Kings College de Londres, afirma que não existe evidências para confirmar tal história.
Os portões que os separavam dos demais passageiros do navio foram instalados por exigência da imigração norte-americana, que temia que os passageiros desembarcassem em Nova York sem passar por testes de higiene. Na terceira classe, estavam armênios, chineses, holandeses, italianos, russos, sírios e britânicos.
Evidências apontam que os portões estavam fechados na noite da tragédia e que só depois de a maioria dos barcos salva-vidas terem partido é que os eles foram abertos. Menos de um terço dos passageiros da terceira classe sobreviveram.EFE
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