Um novo Presidente

Banco Mundial será presidido pelo americano Jim Yong Kim; Brasil apoiava candidata nigeriana


O Banco Mundial anunciou ontem (16) a escolha do americano de origem sul-coreana Jim Yong Kim para a presidência da instituição, no lugar de Robert Zoellick. Yong Kim assumirá a instituição por cinco anos a partir de julho.

Pouco antes da decisão do Banco Mundial, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, havia anunciado apoio à ex-ministra de Finanças da Nigéria Ngozi Okonjo-Iweala, também na disputa. Na última sexta-feira (13), Mantega tinha informado que o apoio do Brasil dependia de discussões com o grupo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).

A África do Sul já tinha antecipado apoio à candidata nigeriana. Nesta segunda-feira, Mantega chegou a Brasília e anunciou a decisão do governo brasileiro de apoiar Ngozi Okonjo-Iweala, independentemente do posicionamento dos outros países do Brics.

Para Mantega, a nigeriana é tecnicamente mais habilitada para enfrentar a pobreza e levar adiante reformas que garantiriam maior participação dos países emergentes no Banco Mundial. Também na disputa, o ex-ministro da Fazenda da Colômbia José Antonio Ocampo abriu mão da sua candidatura.

“Os [países do] Brics continuam unidos na tese de que o Banco Mundial deve levar avante as reformas. Portanto, seja quem for o vencedor dessa disputa, nós vamos cobrar as reformas. Caso contrário, não haverá um envolvimento dos países emergentes”, disse, antes de saber o resultado.

Segundo Mantega, até hoje, o Banco Mundial “foi dirigido por pessoas indicadas pelos Estados Unidos, [pelos] países ricos e não houve grandes progressos na melhoria da situação dos países pobres”.

Mantega deverá embarcar nesta quarta-feira (18) para Washington, onde participa do encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. O ministro disse que haverá uma longa agenda nos Estados Unidos, com reuniões também com os países do Brics e do G20 (grupo das maiores economias mundiais). Entre os assuntos em debate, está a possibilidade de um maior aporte de recursos ao FMI. O aporte inicial era US$ 600 bilhões, mas foi reduzido para US$ 400 bilhões.

O ministro defendeu ainda que os países europeus continuem dando garantias para o enfrentamento da crise econômica internacional. “O Brasil só colocará mais dinheiro se houver uma participação forte dos europeus. Vamos avaliar isso na reunião, se os recursos que iremos colocar lá irão se transformar, a partir das reformas, em maior participação acionária do Brasil no FMI”, enfatizou. “Afinal de contas, eles [países ricos] é que estão criando a crise e têm mais recursos do que nós”, destacou.

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