RETROSPECTIVA 2018 INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Novos dilemas éticos acompanham rápida evolução da inteligência artificial

EFE/ Sergey Dolzhenko

Robôs que detectam tumores antes dos médicos, veículos sem motoristas, jornalistas e policiais cibernéticos. Os avanços da inteligência artificial foram um dos destaques tecnológicos de 2018, mas a evolução vem acompanhada de uma série de dilemas éticos que envolvem sua utilização.

Um robô pode sentir como um humano? As máquinas superarão o homem algum dia? O uso maciço de robôs gerará desemprego? As máquinas poderão decidir pela sociedade? A inteligência artificial pode se rebelar contra seus criadores? Devem os robôs que ocupam postos de trabalho pagar impostos por isso?

Essas são algumas das perguntas que a sociedade faz diante do rápido desenvolvimento da inteligência artificial e sua incorporação ao cotidiano, apesar de décadas de utilização da tecnologia.

Os robôs já são inteligentes que os humanos em vários aspectos, segundo o cientista Ben Goertzel, criador da androide batizada como Sophia, cujo rosto é capaz de reproduzir mais expressões faciais do que uma pessoa. Ele acredita que o mundo viverá uma explosão da cibernética nos próximos 20 anos.

A revolução já é objeto de estudo na Universidade de Oxford. Doutor em Neurociência Computacional, Anders Sandberg, do Instituto de Humanidades, pesquisa como é possível se antecipar às novidades tanto do ponto de vista ético, mas também social e político.

Como muitos outros cientistas, Sandberg acredita que os pesquisadores devem garantir que a inteligência artificial sirva realmente para ajudar o mundo.

Segundo esse princípio, o uso da tecnologia foi capaz de avançar em áreas como o diagnóstico precoce de câncer, a luta contra o Rafael Molina.

Madri, 18 dez (EFE).- Robôs que detectam tumores antes dos médicos, veículos sem motoristas, jornalistas e policiais cibernéticos. Os avanços da inteligência artificial foram um dos destaques tecnológicos de 2018, mas a evolução vem acompanhada de uma série de dilemas éticos que envolvem sua utilização.

Um robô pode sentir como um humano? As máquinas superarão o homem algum dia? O uso maciço de robôs gerará desemprego? As máquinas poderão decidir pela sociedade? A inteligência artificial pode se rebelar contra seus criadores? Devem os robôs que ocupam postos de trabalho pagar impostos por isso?

Essas são algumas das perguntas que a sociedade faz diante do rápido desenvolvimento da inteligência artificial e sua incorporação ao cotidiano, apesar de décadas de utilização da tecnologia.

Os robôs já são inteligentes que os humanos em vários aspectos, segundo o cientista Ben Goertzel, criador da androide batizada como Sophia, cujo rosto é capaz de reproduzir mais expressões faciais do que uma pessoa. Ele acredita que o mundo viverá uma explosão da cibernética nos próximos 20 anos.

A revolução já é objeto de estudo na Universidade de Oxford. Doutor em Neurociência Computacional, Anders Sandberg, do Instituto de Humanidades, pesquisa como é possível se antecipar às novidades tanto do ponto de vista ético, mas também social e político.

Como muitos outros cientistas, Sandberg acredita que os pesquisadores devem garantir que a inteligência artificial sirva realmente para ajudar o mundo.

Segundo esse princípio, o uso da tecnologia foi capaz de avançar em áreas como o diagnóstico precoce de câncer, a luta contra o desmatamento, a melhoria do transporte público, a otimização da agricultura, o abastecimento de água e a educação.

Algumas empresas já provaram que a inteligência artificial também pode ser uma boa aliada para os fãs de alguns esportes, para a aprendizagem de idiomas e até para os amantes da cerveja.

Mas a propagação da tecnologia também gera problemas. Um relatório divulgado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento neste ano aponta que 43% dos continentes no continente estão em risco por causa da inteligência artificial.

Na África, há analistas que afirmam que a implementação de robôs, por serem uma mão de obra barata, dificultará a luta da população local contra a pobreza.

O jornalista americano Andrés Oppenheimer vai além e, no livro "The Robots are Comming!: The Future of Jobs in the Age of Automation" (Os robôs estão chegando: o futuro do trabalho na era da automação, em tradução livre), fala sobre o tsunami de pessoas que ficará desempregada em apenas cinco anos.

"Será uma transição brutalmente rápida e muita gente vai ficar fora do jogo. A velocidade da tecnologia é tal que as pessoas não terão tempo de se reinventar", alertou o jornalista.

No entanto, Oppenheimer tem uma visão mais otimista sobre o futuro, tendo como base outras revoluções na história da humanidade. "A tecnologia sempre criou mais trabalhos que eliminou", explicou.

Há outros especialistas que estudam como a riqueza produzida pela utilização de robôs em trabalhos realizados até então por pessoas e propõe o estabelecimento de uma renda básica para todos.

Outra opção seria o chamado "imposto robô", que destinaria parte das receitas do governo obtidas no setor para um fundo, que seria distribuído posteriormente para os cidadãos.

Todos, porém, parecem estar de acordo que é preciso compatibilizar o uso de robôs com a manutenção dos empregos por parte da população, como já tentam fazer países com grande uso de máquinas, caso de Japão e Coreia do Sul.

Mas, sem dúvida alguma, o setor que mais preocupa a sociedade em geral quanto à robótica é o armamentista.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou recentemente em discurso o perigo dos "robôs assassinos" e da guerra cibernética.

"A perspectiva de termos máquinas com critério e poder para acabar com vidas humanas é moralmente repugnante", disse Guterres após analisar os avanços de tecnologias militares e outras táticas utilizadas por grupos terroristas e redes de criminosos.

Esses desafios precisam, segundo instituições como ONU e União Europeia, que o homem não perca o controle sobre a cibernética.

O Parlamento Europeu, por exemplo, quer que os robôs do futuro venham com um "botão da morte" para desligá-los se eles ameaçarem a vida de um ser humano. E também propõe a criação de um status jurídico específico - a "pessoa eletrônica" -, que teria direitos e obrigações. A condição seria usada para máquinas mais avançadas.

O paradoxo é que, para colocar em prática algumas dessas medidas, a humanidade precisará de alguma variação da inteligência artificial.Rafael Molina/EFE

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