Primavera Tropical ou uma guerra do Vintém...segundo The New York Times
Protestos contra tarifas de ônibus: Primavera Tropical?
Manifestantes no Rio protestam contra o aumento da passagem de ônibus (Reprodução/Internet)
É impossível ignorar a dimensão que os protestos contra o aumento das passagens de ônibus têm adquirido em todo o país. As manifestações são a mais recente campanha de indignação coletiva com a precariedade do transporte público e remete à Revolta do Vintém de 1879, quando manifestantes no Rio de Janeiro desafiaram a monarquia do Brasil por causa das tarifas dos bondes.
O aumento de 20 centavos nas passagens serviu de pivô para os atuais protestos, mas o fato é que, de um modo geral, o transporte público no Brasil é caro, inseguro e mal gerido, afetando especialmente passageiros pobres que não têm escolha a não ser contar com esse sistema, como lembrou o representante da Anistia Internacional no país Maurício Santoro, em entrevista ao New York Times. Há quem diga que o aumento da tarifa, somado à inflação forte, altas taxas de impostos e à corrupção desenfreada na classe política ameaçam corroer os ganhos econômicos da última década e servir de combustível para uma possível Primavera Tropical. Por outro lado, há também a possibilidade de que tudo acabe em Carnaval.
Os protestos ocorrem em um momento delicado para os líderes governistas na medida em que eles coincidem com uma queda brusca na taxa de aprovação da presidente Dilma Rousseff. Os políticos estão tendo que lidar com preocupações sobre a inflação alta e o crescimento econômico lento, enquanto tentam promover o Brasil como destino seguro e tranquilo na Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Mas a violenta ação da polícia para reprimir os protestos recentes vem sendo criticada por órgãos de defesa dos direitos humanos. Em nota, a Anistia Internacional disse que vê com preocupação a repressão e o discurso das autoridades, que sinalizam uma “radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha”. Esse crime está na moda, provavelmente por causa do mensalão.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin chamou os manifestantes de “desordeiros” e “vândalos” e disse que o aumento da passagem de ônibus não será revogado. Sua postura dura ignora os sérios problemas de mobilidade urbana que o país enfrenta e parece uma tentativa de influenciar a opinião pública a desmerecer protestos legítimos numa democracia.
“O transporte público acessível é de fundamental importância para que a população possa exercer seu direito de ir e vir, tão importante quanto os demais direitos como educação, saúde, moradia, de expressão”, diz a nota da Anistia Internacional, acrescentando também que é contra a depredação do patrimônio público e atos violentos.
Manifestantes no Rio protestam contra o aumento da passagem de ônibus (Reprodução/Internet)
É impossível ignorar a dimensão que os protestos contra o aumento das passagens de ônibus têm adquirido em todo o país. As manifestações são a mais recente campanha de indignação coletiva com a precariedade do transporte público e remete à Revolta do Vintém de 1879, quando manifestantes no Rio de Janeiro desafiaram a monarquia do Brasil por causa das tarifas dos bondes.
O aumento de 20 centavos nas passagens serviu de pivô para os atuais protestos, mas o fato é que, de um modo geral, o transporte público no Brasil é caro, inseguro e mal gerido, afetando especialmente passageiros pobres que não têm escolha a não ser contar com esse sistema, como lembrou o representante da Anistia Internacional no país Maurício Santoro, em entrevista ao New York Times. Há quem diga que o aumento da tarifa, somado à inflação forte, altas taxas de impostos e à corrupção desenfreada na classe política ameaçam corroer os ganhos econômicos da última década e servir de combustível para uma possível Primavera Tropical. Por outro lado, há também a possibilidade de que tudo acabe em Carnaval.
Os protestos ocorrem em um momento delicado para os líderes governistas na medida em que eles coincidem com uma queda brusca na taxa de aprovação da presidente Dilma Rousseff. Os políticos estão tendo que lidar com preocupações sobre a inflação alta e o crescimento econômico lento, enquanto tentam promover o Brasil como destino seguro e tranquilo na Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016. Mas a violenta ação da polícia para reprimir os protestos recentes vem sendo criticada por órgãos de defesa dos direitos humanos. Em nota, a Anistia Internacional disse que vê com preocupação a repressão e o discurso das autoridades, que sinalizam uma “radicalização da repressão e a prisão de jornalistas e manifestantes, em alguns casos enquadrados no crime de formação de quadrilha”. Esse crime está na moda, provavelmente por causa do mensalão.
O governador de São Paulo Geraldo Alckmin chamou os manifestantes de “desordeiros” e “vândalos” e disse que o aumento da passagem de ônibus não será revogado. Sua postura dura ignora os sérios problemas de mobilidade urbana que o país enfrenta e parece uma tentativa de influenciar a opinião pública a desmerecer protestos legítimos numa democracia.
“O transporte público acessível é de fundamental importância para que a população possa exercer seu direito de ir e vir, tão importante quanto os demais direitos como educação, saúde, moradia, de expressão”, diz a nota da Anistia Internacional, acrescentando também que é contra a depredação do patrimônio público e atos violentos.
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