Avanços na Medicina:Novas ideias para recuperar a visão dos cegos
Lentes novas contêm uma malha composta por 10 mil eletrodos minúsculos (Reprodução/Alamy)
Nos últimos anos houve várias tentativas de recuperar a visão dos cegos por meio do implante de retinas artificiais. Esses dispositivos implantados transformam a luz que chega aos olhos em sinais elétricos e os passam adiante para os nervos que se conectam ao córtex ótico cerebral. O resultado é uma imagem que, embora monocromática e de baixa definição, é melhor do que a ausência total de imagens.
Isso funciona para aqueles cujas cegueiras são causadas por um problema oftalmológico, tal como degeneração macular ou retinite pigmentosa. Mas algumas pessoas cegas, especialmente alguns cegos de nascença, não conseguem enxergar não porque os seus olhos não funcionam, mas porque os seus córtices cerebrais foram comprometidos. Para essas pessoas uma retina artificial é inútil.
Zeev Zalevsky, pesquisador da Universidade Bar Ilan em Israel, espera conseguir mudar isso. O Dr. Zalevsky, ao observar a plasticidade do cérebro, perguntou-se se seria possível empregar uma parte diferente do córtex para substituir o tecido danificado. Ele e seus colegas estão tentando criar uma lente de contato que faz exatamente isso.
Diferentemente de uma retina artificial, que precisa ser implantada, uma lente de contato é aplicada sobre a córnea a janela convexa através da qual a luz penetra no olho.A córnea não tem conexões nervosas com o córtex visual. No entanto, como sabe qualquer usuário de lentes de contato, ela é extremamente sensível. E é essa sensitividade que o Dr. Zalevsky pretende explorar.
Suas lentes de contato contêm uma malha composta por 10 mil eletrodos minúsculos, cada um responsável por estimular e portanto irritar uma pequena área da córnea que se encontra sob ela. Os eletrodos em si responderão a sinais transmitidos sem fio a partir de duas câmeras minúsculas acopladas a um par de óculos. Espera-se que o usuário possa aprender a interpretar o padrão de estimulação como uma imagem. Ainda está para ser provado se isso é possível, mas há motivos para ter esperança.The Economist
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