BOLIVIA CRISE

Evo Morales: "Não pode haver eleições na Bolívia sem democracia"

EFE/ Juan Ignacio Roncoroni

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, que pediu refúgio à Argentina há quase duas semanas, disse que as futuras eleições no país devem ser justas e livres, mas alertou sobre a necessidade de que alguns de seus aliados que foram presos pelo governo interino que assumiu o poder após sua renúncia serem libertados antes do pleito.

"Não pode haver eleições sem democracia", afirmou Evo em entrevista concedida à Agência Efe em Buenos Aires.

Depois de renunciar ao cargo denunciando ser vítima de um golpe de Estado, Evo Morales afirmou que a solução para a crise na Bolívia passa por uma "política de reconciliação".

No entanto, ele considera a aproximação com o governo interino como improvável, devido a uma perseguição que, segundo ele, vem sendo promovida por sua sucessora, a senadora Jeanine Áñez.

CANDIDATO DE UNIÃO.

"Dizer 'fora Jeanine' já é traição e motivo de processo. Conversar com Evo já é traição, processo e prisão. Levantar a voz contra qualquer ministro já é traição. Algum especialista disse que esse governo de Añez, (Luis Fernando) Camacho e (Carlos) Mesa é pior que a ditadura militar", afirmou.

No próximo domingo, Evo Morales, alvo de um mandado de prisão expedido pelo Ministério Público da Bolívia a pedido do novo governo, comandará em Buenos Aires uma reunião de líderes do seu partido, o Movimento ao Socialismo (MAS), para organizar a escolha de um candidato à presidência.

Ele, que tentou o quarto mandato consecutivo em uma eleição considerada fraudulenta pela oposição, pela Organização de Estados Americanos (OEA) e vários países da América Latina, não será candidato.

"Vamos publicar uma convocação para o encontro nacional, que será realizado na Bolívia ou na Argentina, e de lá sairá o candidato", explicou Evo, escolhido pelo partido como coordenador de campanha.

Disputam o posto de substituto de Evo Morales os ex-chanceleres Diego Pary, que também está na Argentina, e David Choquehuanca, o ex-ministro da Economia Luis Arce, definido por ele como "grande arquiteto do crescimento nacional", e o jovem político Andrónico Rodríguez, conhecido como "Evito".

Sem dar detalhes sobre a data em que será escolhido o candidato do MAS ou sinalizar preferência entre um dos nomes cotados, o ex-presidente destacou que o partido elegerá um candidato de união que vencerá as eleições.

"(As eleições) têm que ser justas, livres e não deve haver presos políticos", frisou.EFE

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