MÉXICO NATAL

Mudança climática provoca aumento de pragas em árvores de Natal no México

EFE/Juan Carlos Machorro

As mudanças climáticas estão causando uma proliferação incomum de insetos que infestam pinheiros nos Estados Unidos, o principal exportador de árvores de Natal para o México, o que gera o risco de um impacto muito agressivo sobre as espécies endêmicas, alertou um especialista em entrevista à Agência Efe.

O diretor de Inspeção de Vida Selvagem e Saúde Vegetal em Portos, Aeroportos e Fronteiras da Procuradoria Federal de Proteção Ambiental (Profepa), Javier Navarrete, disse à Efe que as temperaturas elevadas em território americano estão favorecendo a proliferação de pragas. Os insetos não são classificados como pragas prioritárias nos EUA, ao contrário do que é feito pelas autoridades mexicanas.

São entre 25 a 30 pragas de diferentes organismos, incluindo besouros broca do coqueiro, besouros de casca, mariposas e vespas, entre outros, que estão em ascensão devido às alterações climáticas, já que o calor lhes permite aumentar a sua amplitude de presença em territórios que anteriormente estavam fora dos seus limites.

O especialista lembrou que o México é um dos países mais diversos em termos de pinheiros, e se uma praga estrangeira se espalha, há o risco de um impacto muito agressivo sobre as espécies endêmicas nacionais dessas árvores, que são as mais utilizadas como enfeites de Natal.

Navarrete afirmou que a verificação e inspeção fronteiriça desse tipo de vegetação não é 100% eficaz para parar as pragas, por isso há um esforço binacional para controlá-las.

"Há um acordo com os Estados Unidos para que a origem dessas árvores seja minuciosamente controlada para evitar este tipo de vetor. No entanto, nunca haverá risco zero. Só podemos agir com recursos humanos treinados para conter as pragas, a fim de dar certeza de que mais de 90% da entrada de insetos estrangeiros no México foi interrompida", declarou o diretor.

O pesquisador relatou que, em 2018, 651 mil árvores de Natal foram examinadas, das quais 7,6 mil foram devolvidas ao seu país de origem porque transportavam pragas. O trabalho de verificação é feito pela Profepa há 14 anos.

Em 2019, cerca de 700 mil árvores serão controladas em cerca de 800 reboques que passam pelos postos de controle fronteiriços, uma quantidade que pode variar devido às exigências do mercado.

"Os inspetores são treinador para detectar pragas, mas não podemos examinar todas as árvores. São retiradas amostras aleatórias de cada carregamento, que normalmente consiste em 800 unidades", explicou Navarrete. "Em caso de doença ou praga e se representarem um risco para os ecossistemas mexicanos, são impedidos de entrar no país", completou.EFE

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