OMS: quatro milhões de brasileiros não têm banheiro
O problema abre portas para muitas doenças (Foto: saneamentobasico)
Cerca de três milhões de brasileiros das áreas rurais e um milhão das zonas urbanas fazem suas necessidades ao ar livre, uma vez que não contam com banheiros. A revelação vem de dados publicados esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O estudo aponta ainda que, “de uma forma geral, 61% dos brasileiros no campo e nas cidades não dispõem de saneamento básico seguro”. No planeta, 159 milhões de pessoas bebem diariamente água não tratada.
As instituições lançam um alerta mundial para a necessidade urgente de que governos invistam no abastecimento de água e de saneamento. No mundo, a cada dez pessoas, três ainda não têm acesso à água potável. Sessenta por cento da população mundial não contam com saneamento básico seguro. Na calculadora, são 4,5 bilhões de pessoas sem saneamento e 2,1 bilhões sem água para beber. Se o atual ritmo for mantido, os governos dos 90 países avaliados não atingirão a meta estabelecida pela ONU de sanar e “sanear” o problema até 2030.
Segundo o novo diretor-geral da OMS, “a água potável, o saneamento e a higiene em casas não podem ser privilégios exclusivos dos ricos ou daqueles que vivem em centros urbanos”. Tedros Ghebreyesus afirmou esta semana que todos os países devem ter a responsabilidade de garantir às suas populações o acesso a esses serviços básicos.
Se o leitor de O&N acha que o quadro é inadmissível, aqui vai uma informação: ele já foi muito pior. No ano 2000, somente 26% dos brasileiros tinham acesso a saneamento seguro. Hoje, são 39%. Apesar do avanço, os números mostram que bem mais que a metade da população não tem seus direitos plenamente respeitados.
O problema que abre portas para muitas doenças
O acadêmico e político etíope Ghebreyesus conheceu o problema no país onde nasceu. Ele denuncia ainda que a situação na zona rural é bem parecida com a que é observada nas periferias e bolsões de pobreza das grandes cidades. Ou seja, o problema está bem próximo dos habitantes das metrópoles brasileiras. “Temos de atacar as desigualdades”, ensinou, fazendo referência aos problemas com zika, dengue, chikungunya e outras doenças – como hepatites, verminoses, cólera, infecções, febres e dermatites, por exemplo.
Em todo o mundo, somente a diarreia mata, por ano, 361 mil crianças com menos de cinco anos. No caso específico do Brasil, Ghebreyesus foi direto: “governos não podem cortar investimentos nesses setores nem mesmo durante uma recessão ou em um momento de cortes de gastos do Estado”.
A OMS defende o conceito de que saneamento não é um gasto, mas um investimento. “O país que coloca em dúvida a importância de investir em saneamento toma uma decisão muito equivocada”. De acordo com a OMS, investir em saneamento é investir em saúde.
Ghebreyesus não traz somente más notícias. No Brasil, o acesso à água foi considerado pela OMS um dos grandes avanços dos últimos 15 anos. O percentual da população com água potável passou de 84% em 2000 para 97% em 2015.OPN
Cerca de três milhões de brasileiros das áreas rurais e um milhão das zonas urbanas fazem suas necessidades ao ar livre, uma vez que não contam com banheiros. A revelação vem de dados publicados esta semana pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O estudo aponta ainda que, “de uma forma geral, 61% dos brasileiros no campo e nas cidades não dispõem de saneamento básico seguro”. No planeta, 159 milhões de pessoas bebem diariamente água não tratada.
As instituições lançam um alerta mundial para a necessidade urgente de que governos invistam no abastecimento de água e de saneamento. No mundo, a cada dez pessoas, três ainda não têm acesso à água potável. Sessenta por cento da população mundial não contam com saneamento básico seguro. Na calculadora, são 4,5 bilhões de pessoas sem saneamento e 2,1 bilhões sem água para beber. Se o atual ritmo for mantido, os governos dos 90 países avaliados não atingirão a meta estabelecida pela ONU de sanar e “sanear” o problema até 2030.
Segundo o novo diretor-geral da OMS, “a água potável, o saneamento e a higiene em casas não podem ser privilégios exclusivos dos ricos ou daqueles que vivem em centros urbanos”. Tedros Ghebreyesus afirmou esta semana que todos os países devem ter a responsabilidade de garantir às suas populações o acesso a esses serviços básicos.
Se o leitor de O&N acha que o quadro é inadmissível, aqui vai uma informação: ele já foi muito pior. No ano 2000, somente 26% dos brasileiros tinham acesso a saneamento seguro. Hoje, são 39%. Apesar do avanço, os números mostram que bem mais que a metade da população não tem seus direitos plenamente respeitados.
O problema que abre portas para muitas doenças
O acadêmico e político etíope Ghebreyesus conheceu o problema no país onde nasceu. Ele denuncia ainda que a situação na zona rural é bem parecida com a que é observada nas periferias e bolsões de pobreza das grandes cidades. Ou seja, o problema está bem próximo dos habitantes das metrópoles brasileiras. “Temos de atacar as desigualdades”, ensinou, fazendo referência aos problemas com zika, dengue, chikungunya e outras doenças – como hepatites, verminoses, cólera, infecções, febres e dermatites, por exemplo.
Em todo o mundo, somente a diarreia mata, por ano, 361 mil crianças com menos de cinco anos. No caso específico do Brasil, Ghebreyesus foi direto: “governos não podem cortar investimentos nesses setores nem mesmo durante uma recessão ou em um momento de cortes de gastos do Estado”.
A OMS defende o conceito de que saneamento não é um gasto, mas um investimento. “O país que coloca em dúvida a importância de investir em saneamento toma uma decisão muito equivocada”. De acordo com a OMS, investir em saneamento é investir em saúde.
Ghebreyesus não traz somente más notícias. No Brasil, o acesso à água foi considerado pela OMS um dos grandes avanços dos últimos 15 anos. O percentual da população com água potável passou de 84% em 2000 para 97% em 2015.OPN
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