COPA 2014: Mercado paralelo de ingressos
O torcedor que quiser assistir à final da Copa do Mundo no Maracanã, no Rio de Janeiro, pode ter que pagar até R$ 91,7 mil pelo ingresso no mercado paralelo, e sem garantias de que conseguirá entrar no estádio.
No mercado paralelo, os ingressos chegam a custar mais de 4.000% sobre o valor da tabela oficial dos bilhetes.
A venda — ilegal — de um ingresso da final por R$ 91,7 mil foi anunciada nesta terça-feira, 25, no site Iguana Tickets, baseado na Espanha. Trata-se de um bilhete de categoria 1, isto é, de melhor localização, cujo preço para os brasileiros no programa da Fifa é de R$ 1.980.
Os sites que negociam ingressos da final no Maracanã para os melhores assentos cobram, em geral, a partir de R$ 16 mil.
Empresas virtuais como Ticket Network, dos EUA, e Live Football Tickets, da Espanha, cobram, por exemplo, quase R$ 20 mil por ingresso para um jogo do Brasil na primeira fase da Copa. No meio oficial, estudantes, idosos e beneficiários do Bolsa Família podem comprá-los por R$ 30 cada.
O Estatuto do Torcedor determina que a revenda de ingressos por um valor superior ao da bilheteria é crime passível de até dois anos de prisão. A negociação de ingressos no mercado paralelo também é proibido pela Lei Geral da Copa, sancionada em 2012.
Como a maior parte dos sites que revendem ingressos estão hospedados no exterior, a Justiça brasileira tem dificuldades para bloqueá-los, uma vez que estão fora de sua jurisdição.Além disso, os cambistas virtuais dizem que apenas oferecem uma plataforma para que consumidores comprem e vendam seus ingressos.
A Fifa e o Procon alertam que o torcedor não deve comprar um ingresso por um canal não-oficial, pois corre o risco de receber uma entrada falsa ou nenhum bilhete. Mesmo que o ingresso seja verdadeiro, o torcedor também pode ser barrado, pois o bilhete não trará seu nome, o que, segundo a Fifa, será verificado na entrada dos estádios — o sistema, no entanto, não funcionou na Copa das Confederações.Folha
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