AVANÇO DO SOBREPESO
Brasil: a república dos desnutridos virou território dos obesos
Mudança de hábitos alimentares está diretamente relacionada ao cenário (Foto: Flickr)
Nada menos que 59,2% dos brasileiros com até oito anos de instrução estão acima do peso. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o percentual de quem apresenta sobrepeso é de 48,8%. Esta relação entre o excesso de peso e a baixa escolaridade é uma constatação da mais recente edição da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) – uma sondagem a distância promovida pelo Ministério da Saúde que ouviu 40.853 adultos com mais de 18 anos residentes nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal.
O estudo revela um avanço das doenças como o diabetes, câncer, hipertensão e doenças vasculares – que respondem por 72% das causas de morte no país. E mais: demonstra que o país deixou para trás e muito rapidamente – nos últimos dez anos – o quadro de desnutrição para se tornar um país de gordinhos. Destes, 23,5% dos que estudaram até oito anos apresentam obesidade – condição observada em 14,9% entre os que estudaram 12 anos ou mais.
Considera-se acima do peso quem tem índice de massa corpórea (IMC) – o peso dividido por duas vezes a altura – entre 25 e 29,99. Os obesos são aqueles que têm IMC acima de 30. Tem obesidade mórbida quem apresenta IMC acima de 40.
Embora o excesso de peso seja maior entre os homens (56,5%), duas em cada dez mulheres que vivem em capitais brasileiras estão obesas. Nestas cidades, quatro entre cada 10 habitantes são hipertensos e mais da metade está acima do peso.
A obesidade nas capitais brasileiras
Florianópolis é a capital que apresenta o melhor cenário em relação a obesos: eles são 14 a cada cem habitantes. Em seguida, aparecem São Luís, Goiânia e Teresina (com 15). Campo Grande reúne o maior número de obesos – 22 em cada cem habitantes – seguida de Porto Alegre, Belém e Cuiabá, com 21. As duas maiores capitais do país ficam no grupo intermediário: São Paulo tem 17 obesos em cada cem habitantes e o Rio de Janeiro retém mais calor e calorias: tem 19.
Entre os mais instruídos, 15% têm hipertensão e 4,6% sofrem de diabetes. No cenário daqueles com menos estudo, são hipertensos 41,8% e diabéticos 16,6% dos brasileiros.
O aumento dos indicadores pode, em parte, ser atribuído ao envelhecimento médio da população do país. Mas é certo que a mudança de hábitos alimentares – a redução do consumo regular de arroz e feijão, por exemplo – também está diretamente relacionada ao cenário.
A pesquisa Vigitel não traz somente más notícias. Aumentou o número de brasileiros (de 33% em 2008 para 35,2% em 2016) que consomem frutas e hortaliças, ao mesmo tempo em que o consumo de refrigerantes entre as mulheres caiu de 26% para 13,9% no período.OPN
Mudança de hábitos alimentares está diretamente relacionada ao cenário (Foto: Flickr)
Nada menos que 59,2% dos brasileiros com até oito anos de instrução estão acima do peso. Entre os que estudaram 12 anos ou mais, o percentual de quem apresenta sobrepeso é de 48,8%. Esta relação entre o excesso de peso e a baixa escolaridade é uma constatação da mais recente edição da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) – uma sondagem a distância promovida pelo Ministério da Saúde que ouviu 40.853 adultos com mais de 18 anos residentes nas capitais dos 26 estados e no Distrito Federal.
O estudo revela um avanço das doenças como o diabetes, câncer, hipertensão e doenças vasculares – que respondem por 72% das causas de morte no país. E mais: demonstra que o país deixou para trás e muito rapidamente – nos últimos dez anos – o quadro de desnutrição para se tornar um país de gordinhos. Destes, 23,5% dos que estudaram até oito anos apresentam obesidade – condição observada em 14,9% entre os que estudaram 12 anos ou mais.
Considera-se acima do peso quem tem índice de massa corpórea (IMC) – o peso dividido por duas vezes a altura – entre 25 e 29,99. Os obesos são aqueles que têm IMC acima de 30. Tem obesidade mórbida quem apresenta IMC acima de 40.
Embora o excesso de peso seja maior entre os homens (56,5%), duas em cada dez mulheres que vivem em capitais brasileiras estão obesas. Nestas cidades, quatro entre cada 10 habitantes são hipertensos e mais da metade está acima do peso.
A obesidade nas capitais brasileiras
Florianópolis é a capital que apresenta o melhor cenário em relação a obesos: eles são 14 a cada cem habitantes. Em seguida, aparecem São Luís, Goiânia e Teresina (com 15). Campo Grande reúne o maior número de obesos – 22 em cada cem habitantes – seguida de Porto Alegre, Belém e Cuiabá, com 21. As duas maiores capitais do país ficam no grupo intermediário: São Paulo tem 17 obesos em cada cem habitantes e o Rio de Janeiro retém mais calor e calorias: tem 19.
Entre os mais instruídos, 15% têm hipertensão e 4,6% sofrem de diabetes. No cenário daqueles com menos estudo, são hipertensos 41,8% e diabéticos 16,6% dos brasileiros.
O aumento dos indicadores pode, em parte, ser atribuído ao envelhecimento médio da população do país. Mas é certo que a mudança de hábitos alimentares – a redução do consumo regular de arroz e feijão, por exemplo – também está diretamente relacionada ao cenário.
A pesquisa Vigitel não traz somente más notícias. Aumentou o número de brasileiros (de 33% em 2008 para 35,2% em 2016) que consomem frutas e hortaliças, ao mesmo tempo em que o consumo de refrigerantes entre as mulheres caiu de 26% para 13,9% no período.OPN
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