COREIA DO NORTE - Como lidar com o regime mais perigoso do mundo

Kim é uma bomba que precisa ser desarmada com cuidado (Foto: Flickr)

A Coreia do Norte é um país tão confuso quanto perigoso. Ela segue um sistema de monarquia marxista hereditária e tem o mais jovem líder supremo do mundo, o ditador Kim Jong-un.

Lidar com o perigoso “semideus” juvenil será uma das tarefas mais difíceis de Donald Trump, além de ser um grande teste de como ele se relacionará com a China. Não há boas opções para esse desafio, e chegar às opções menos danosas vai requerer um profundo entendimento do regime norte-coreano e sua posição no quebra-cabeça da geopolítica asiática. Também vai requerer paciência, algo que Trump já afirmou não ter quando se trata da Coreia do Norte.

Buscar uma solução militar para o impasse, como insinuou o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, é algo perigoso. A Coreia do Norte tem um regime vil, sangrento e ditatorial onde qualquer indício de deslealdade a Kim é punido com detenções em gulags (campos de trabalho forçado) ou morte. Kim já ordenou a prisão de crianças por crimes cometidos pelos seus pais e já ordenou a execução de seus próprios parentes. O arsenal nuclear do país permanece escondido, possivelmente enterrado, e pode devastar cidades próximas, como Tóquio e Seul.

Trump não pode não querer iniciar uma guerra. Suas ações militares na Síria e no Afeganistão revelam que ele é mais cauteloso do que sua verborragia aparenta. Porém, até a atual estratégia de Washington de ameaçar uma guerra que não se pretende iniciar é perigosa. Se Kim acreditar que um ataque americano é iminente, pode ordenar ataques nucleares preventivos com efeitos desastrosos. Em outras palavras, Kim é uma bomba que precisa ser desarmada com cuidado.

Os EUA não são capazes de deter a Coreia do Norte sem a ajuda da China. O governo chinês tem forte influência sobre o país. A China representa 85% do comércio exterior da Coreia do Norte e tem capacidade de cessar o fornecimento de petróleo para o país. Mas os interesses de Pequim não são os mesmos de Washington. A Coreia do Norte é aliada da China. O governo chinês pode não gostar do estilo de Kim, mas prefere seu regime ao colapso da Coreia do Norte e sua unificação com a Coreia do Sul. Isso porque os EUA têm cerca de 28 mil soldados posicionados na Coreia do Sul e a China não os quer em sua fronteira.

Para conter a Coreia do Norte, Trump terá de aprender a negociar com a China. A esperança é que eles e seus diplomatas convençam a China de que é do interesse de Pequim conter a Coreia do Norte. O governo americano também precisa garantir aos aliados Japão e Coreia do Sul que eles permanecem sob a proteção do Tio Sam.The Economist

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