CONHECIMENTO HUMANO

Não somos tão inteligentes como pensamos

Os seres humanos não desenvolvem a capacidade plena de suas aptidões cognitivas (Foto: Reprodução/Getty Images)

Ao serem perguntadas como um vaso sanitário funciona, uma bicicleta, ou um zíper, em geral a maioria das pessoas dá respostas sem um fundamento sólido. Elas esforçam-se para explicar temas básicos, mas evitam questões mais complexas e abstratas. Um novo livro, The Knowledge Illusion: Why We Never Think Alone de dois cientistas cognitivos, Steven Sloman e Philip Fernbach, aborda o aparente paradoxo do pensamento humano que é, ao mesmo tempo, poderoso e superficial.

Os autores basearam-se na teoria evolutiva e na psicologia para apoiar seus argumentos. Na opinião deles, como o homem é gregário por natureza, por causa da sensação agradável e reconfortante de fazer parte de um grupo, os seres humanos não desenvolvem a capacidade plena de suas aptidões cognitivas. Como resultado, muitos conhecimentos são disseminados pela comunidade, sem que as pessoas percebam a fragmentação e a superficialidade das informações.

Essa ilusão de conhecimento, segundo o conceito dos autores, revela-se em uma experiência simples de autoavaliação, na qual algumas pessoas avaliam o nível de conhecimento referente a um tema, um objeto etc. Em seguida, escrevem um relato detalhado a respeito do assunto escolhido e, por fim, avaliam de novo a profundidade do conhecimento. Quase sempre a avaliação final é depreciativa em temas tão diferentes como banheiros, bicicletas ou questões políticas complexas.

No contexto atual do isolamento em grupos fechados que compartilham as mesmas ideias e as falsas notícias, os autores dão um conselho prudente: seja cético em relação ao seu próprio conhecimento e à sabedoria da comunidade a que pertence.The Economist

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