'EPIDEMIA DE FOME' - Fome ameaça 20 milhões de pessoas no mundo

Crianças e mulheres que amamentam são as principais afetadas pela fome (Foto: Wikimedia)

Cerca de 20 milhões de pessoas enfrentam uma “epidemia” de fome em diversos países africanos, como Sudão do Sul, Nigéria e Somália, e no Iêmen, e a Agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) pediu apoio internacional para evitar que elas mortas.

O número de mortes por fome nesses quatro países supera qualquer dado registrado desde a Segunda Guerra Mundial e Organização das Nações Unidas (ONU) classifica como a “pior crise humanitária desde 1945”. Segundo a ONU, duas a cada 10 mil pessoas por dia morrem de fome no mundo.

Além disso, de todo esse contingente de pessoas afetadas pela fome, 4,2 milhões são refugiados e mais de 1 milhão são crianças – as mais afetadas, ao lado de mulheres que amamentam.

Conflitos prolongados

Os quatro países ameaçados pela fome citados pelas Nações Unidas estão em conflitos que já duram anos, o que dificulta o acesso de ajuda internacional e o combate à fome a longo prazo.

Desde que se tornou uma nação independente em 2011, o Sudão do Sul vive conflitos violentos que diariamente ameaçam a população. Em fevereiro deste ano, a ONU declarou “epidemia de fome” nos condados de Mayendit e Leer, no Sudão do Sul – a primeira vez desde 2011, quando foi feito na Somália.

Os Estados Unidos e outras nações do Conselho de Segurança da ONU chegaram a propor um embargo ao governo do país para limitar o acesso à armas e reduzir a violência do conflito do exército local com as tropas rebeldes. No entanto, mais da metade dos membros do conselho, incluindo China e Rússia, se abstiveram.

Já o Iêmen vive uma guerra civil desde 2015. O país está dividido e conflito já provocou mais de 10 mil mortes, além de ter dizimado sua economia. Estima-se que 17 milhões de iemenitas (60% da população) precisam de assistência humanitária com urgência.

A fome em determinadas regiões da Nigéria em grande parte é provocada pelo conflito com o grupo terrorista Boko Haram, sobretudo no nordeste do país. Mais de 3 milhões de pessoas já abandonaram a região que antes era considerada fértil.

A ONU alertou que cerca de meio milhão de crianças no noroeste da Nigéria sofrem de desnutrição severa e 75 mil podem morrer até junho deste ano.

Já a Somália sofre com os períodos consecutivos de seca e com a presença do grupo extremista Al-Shabab, uma afiliada da Al-Qaeda. Há seis anos, mais de 200 mil pessoas morreram de fome no país.

A ONU estima que seja necessário um investimento de US$ 4,4 bilhões (R$ 13,9 bilhões) em ajuda humanitária para evitar uma catástrofe nesses países.Washington Post

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