ENCONTRO EM NOVA YORK

Tem início a 73ª Assembleia Geral da ONU

Cumprindo a tradição, o evento foi iniciado pelo discurso do presidente do Brasil (Foto: Carlo Allegri/ABr)

Líderes e diplomatas de 193 países se reuniram nesta terça-feira, 25, em Nova York, para a 73ª Assembleia Geral da ONU. O evento será presidido pela ex-chanceler do Equador Maria Fernanda Espinosa Garces. É a primeira vez que o encontro será presidido por uma mulher latino-americana.

Cumprindo a tradição, o evento foi aberto pelo presidente do Brasil. Em seu discurso, Michel Temer criticou o “isolacionismo”, a “intolerância” e o “unilateralismo” que podem comprometer o “aprimoramento da ordem internacional”. “À primeira dessas tendências, o isolacionismo, o Brasil responde com mais abertura, mais integração. O Brasil sabe que nosso desenvolvimento comum depende de mais fluxos internacionais de comércio e investimentos. Depende de mais contato com novas ideias e com novas tecnologias. É na abertura ao outro, e não na introspecção e no isolamento, que construiremos uma prosperidade efetivamente compartilhada”, disse o presidente, segundo noticiou a Agência Brasil.

Temer lembrou aso presentes que este será seu último discurso na Assembleia Geral da ONU, citou as eleições presidenciais e disse que deixa a presidência do Brasil com a “tranquilidade do dever cumprido”. “O país que entregarei a quem o povo brasileiro venha a eleger é melhor do que aquele que recebi. Muito ainda resta por fazer, mas voltamos a ter rumo”, disse o presidente.

Temer também citou a crise humanitária na Venezuela, destacando a atuação do Brasil no acolhimento dos imigrantes venezuelanos. “Estamos em meio à onda migratória de grandes proporções. Estima-se em mais de um milhão os venezuelanos que já deixaram seu país em busca de condições dignas de vida. O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência. Com a colaboração do Alto Comissariado para Refugiados, construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira”, disse Temer.

Até o dia 1º de outubro, os líderes discutirão temas como desenvolvimento sustentável, direitos humanos, saúde, segurança. Outro tema que será abordado é o orçamento da ONU, numa época em que o presidente dos EUA, Donald Trump, vem promovendo cortes nos aportes destinados à organização.

A escalada de tensão entre Europa e Rússia também deve ser debatida. Nos últimos meses, observa-se uma escalada no acirramento entre governos da Europa e de Moscou, com episódios de envenenamentos por agente nervoso, expulsão de diplomatas e sanções aplicadas por ambos os lados.

A Europa acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de tentar dividir o continente para desestabilizar a região. Putin, por sua vez, nega o desejo de desestabilizar o continente e defende o fortalecimento das relações entre Moscou e Bruxelas.

A relação da Rússia com os EUA – que, segundo alguns analistas políticos, vivem uma nova guerra fria – também deve estar na pauta de discussões. O presidente americano discursará nesta terça.

Por que o Brasil inaugura o encontro?

A tradição que deixa o Brasil ao encargo de inaugurar o evento se dá como uma espécie de “prêmio de consolação” para o país. Isso porque na época em que a ONU foi criada o Brasil expressou o desejo de integrar um dos assentos permanentes do Conselho de Segurança da organização.

O então presidente americano Franklin Roosevelt disse que poderia considerar a proposta, mas ela foi vetada pelo primeiro-ministro do Reino Unido, Winston Churchill, e pelo líder da União Soviética, Josef Stalin. Para contornar a frustração do governo brasileiro, criou-se essa tradição.ABr

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