ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

Defesa do Japão sofre com escassez de recrutas

Em 2017, o exército só preencheu 77% das vagas oferecidas para homens (Foto: April Price/U.S. Army)

Quando Nobuaki Watarai alistou-se na Força Aérea japonesa, os celulares praticamente não existiam e a perspectiva de conflito militar era remota.

Hoje, Watarai, aos 51 anos, ainda salta de paraquedas de aviões e helicópteros em exercícios de treinamento e o Japão teme o aumento das tensões políticas na Península da Coreia.

Watarai não se lembra com detalhes de seu primeiro salto de paraquedas em 1986. “Mas me lembro que estava muito nervoso”, disse há pouco tempo, quando se preparava para seu 133º exercício de treinamento próximo ao monte Fuji.

Assim como o governo japonês assiste ao envelhecimento da população, sem novas gerações de jovens em número suficiente para substituí-la, as Forças de Autodefesa do Japão enfrentam a dificuldade de renovar suas tropas. Em 2017, o exército só preencheu 77% das vagas oferecidas a candidatos do sexo masculino.

Em 2017, 37% dos militares do Japão tinham mais de 40 anos, em comparação com 9% nos EUA em 2016, segundo os últimos dados disponíveis do governo norte-americano.

A escassez de jovens recrutas preocupa o Ministério da Defesa do Japão. “Um confronto militar exige força, capacidade de concentração e resistência, atributos característicos dos jovens”, disse um oficial reformado.

Após uma recente avaliação da segurança regional e do aumento dos exercícios militares da China, Rússia e Coreia do Norte, o Ministério da Defesa decidiu adotar novas medidas para atrair recrutas.

A idade máxima de alistamento aumentou de 26 para 32 anos e há um incentivo maior para o ingresso de candidatos do sexo feminino. O ministério também está estimulando a admissão de pessoal em cargos não comissionados, sem uma data limite de aposentadoria, uma opção atraente para muitos japoneses que preferem empregos vitalícios.

Além disso, para minimizar os efeitos negativos da escassez de jovens militares, a Marinha está construindo dois navios, que exigem uma tripulação de apenas 100 pessoas, a metade dos tripulantes dos navios convencionais.

Por fim, com o objetivo de fortalecer a defesa do país, o primeiro-ministro Shinzo Abe quer alterar o artigo 9 da Constituição redigida após a Segunda Guerra Mundial, que proíbe o rearmamento do Japão e o uso da força para resolver disputas internacionais.The Wall Street Journal

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